domingo, 8 de outubro de 2017

Tem, tem gente...

Tem gente que é ao infinito além e pra semprão. 
Tem gente que é uma dose extra de paciência e calma.
Tem gente que é péssima com as palavras, 
mas que quando fala é como se fosse a cola 
que faltava pra juntar seu coração que está ao meio. 
Tem gente que é o silêncio mais gostoso de se ouvir, 
o colo que mesmo distante se faz presente. 
Tem gente que tem aquele abraço, 
que para tudo pra te ver por 10 minutos, pra dizer com apenas um gesto: 
"Eu estou aqui, vem cá". 
É tem gente. 
Tem gente que você nem precisa dizer nada, 
não importa o que aconteceu, 
mas em quantos pedaços você está pra essa gente te ajudar a juntar. 
Tem gente... Ah se tem gente. 
Tem gente que é tão da gente 
que é capaz de nos doar mais do que colo, abraço, riso, ombro, 
é capaz de dar um pedaço do coração quando o nosso começar a falhar, 
é capaz de cuidar da alma sua alma que mais parece terreno infértil 
e fazer rosas lindas brotar. 
Tem gente que é foda, 
e eu não estou falando de trepar. 
Pra essa gente gostosa.... O meu obrigada.
#AsTrês!
RPC!





Crianças...

Lembra quando eramos crianças e brincávamos horas a fio naquele parquinho? Nossos pais nos obrigavam a ir naquele lugar horroroso, cheio de egos e crianças mimadas, vez ou outra encontrávamos alguém com quem pudéssemos conversar e ser nos mesmos. Nessa brincadeira de parquinho nos encontramos, e de um jeito diferente nos tornamos amigos. Éramos jovens, crianças imaturas, e nos odiávamos, mas estranhamente gostávamos de ficar perto um do outro. Você era uma companhia detestável, mas eu era uma criança tão mais detestável, que adorava ser o pior que poderia ser e tornar tudo mais detestável pra você. Foi diante de nosso ódio mútuo que nos apaixonamos. Duas crianças apaixonadas, apaixonadas em um parquinho. Lembra que um dia um passarinho cantou pra nós? e daquela vez que pintamos o meu cabelo de azul com crepom? Talvez você se recorde do dia em que eu te liguei escondido do celular dos meus pais? E quando fumamos juntos o nosso primeiro cigarro? Talvez você se lembre daquele beijo tímido de principiante, e aí? Éramos tão jovens, mentirosos, com egos inflados, um querendo ser mais orgulhoso do que o outro, e agora, como diria Zimbra: "as coisas não estão como a gente sempre sonhou"... "E te confesso, você me engana tão bem, eu finjo que acredito. Eu gosto de mentir também, eu só não admito". 




Limpeza de Pele

Tem dias em que tudo o que você precisa é uma limpeza de pele. Algumas pessoas falam que de nada adianta querer limpar a pele, pois isso não limpa a alma, mas às vezes, uma limpeza de pele é tudo o que a gente precisa. É claro que não vai limpar sua alma, a alma que você é não vai mudar drasticamente porque foi feita uma limpeza de pele, mas vai melhor, sabe? É como precisar limpar pra se enxergar melhor. Uma limpeza de pele é o início pra que você limpe sua alma. É como ter feito uma longa viagem e sua casa ter ficado para trás, sujeita a todo o tipo de sujeira, um ano viajando  sua casa recebendo todo o tipo de poeira, sendo visitada por todos os tipos de bichos, inclusive um pouco de lodo aqui, ramos brotando ali, uma casa em que para limpar por dentro, você precisa começar a limpeza por fora. Às vezes não conseguimos limpar de dentro pra fora, porque está tão sujo lá dentro que alguém sequer consegue entrar para limpar, então precisamos começar a limpeza de fora. Assim é uma limpeza de pele, muitas vezes é dela que precisamos para enxergar melhor a alma que somos.. Às vezes tudo o que a gente precisa é de uma limpeza de pele. Precisamos mergulhar embaixo do chuveiro, molhar os cabelos, lavar fio por fio, conhecer melhor o nosso corpo, lavar e cuidar de cada parte e se sentir. Se sentir, sim! Porque no corre corre do dia a dia a gente mal se sente, mal se toca, mal se permiti sentir. A gente se trata de qualquer forma, não conhece o próprio corpo. Sendo assim, às vezes, de fato, o ponta pé inicial, tudo o que a gente precisa é de uma limpeza de pele.

Preta e Ruiva

Se você não vem comigo, nada disso tem valor 🎶 Elas vão se estranhar, então não estranhe caso algum dia uma esteja com a pá virada surtando com a outra. Elas vão se estranhar, é normal quando se vive algo por inteiro, genuíno e de forma tão intensa. Alguém aí falou em intensidade? Disso essas duas entendem bem. É o vermelho da paixão, da vibração, daquele sol se esvaindo no fim de tarde contracenando com o preto que vibra dançando ao redor da lua, que é a noite que chega de forma gostosa trazendo aquela paz na alma que te convida pra descansar. Elas vão se estranhar, mas a cada dia vão se amar, amar mais, porque como diria Ana Carolina, elas foram feitas pro amor da cabeça aos pés e se tem uma coisa que uma faz com a outra é se doar. Doam sorrisos, colos, abraços, longas conversas e segredos confidenciados entre o vermelho intenso que uma é e o preto aconchegante da outra. São abraços de urso, silêncio, olhares, reciprocidade. Elas vão se estranhar, mas ainda mais vão se amar, porque quem não sabe que a Ruiva combina perfeitamente com a Preta e a Preta é um belo encaixe pra Ruiva ainda não viu essas duas contemplando o paraíso juntas. E de que vale o paraíso sem amor? Elas são o próprio amor.


domingo, 1 de outubro de 2017

Dolorida demais pra formar um título.



       Hoje eu coloquei Cícero pra tocar, ele sempre me paralisa, suas músicas me fazem pensar, pensar demais. Me colocam em um estado calmo de desespero, sim! É como se toda a agonia do meu coração quisesse sair gritando porta afora e ele em sua voz melancólica, em suas músicas calmas batesse de frente com a minha angústia e tentasse mostrar uma forma diferente de se desesperar. Então minha agonia briga "pelo interfone", não sabe se toma "açúcar ou adoçante" e se sente como um "vagalume cego" que sequer pode contemplar sua própria luz. Que triste! 
    E eu me vi formando um texto na cabeça, um texto sobre desistência, sobre antecipação, P.R.E.M.A.T.U.R.I.D.A.D.E. Mas não era sobre algo prematuro no sentido de nascimento, mas no sentido de morte, aquilo que é encerrado antes do tempo, que morreu prematuro. Não, não é sobre morte, é sobre assassinato. O texto estava pronto, falava sobre você, sobre mim, sobre nós. Abri o notebook, sentei na minha melhor posição de escritora, com um blusão sobre o corpo, a manga dele caindo, despindo o ombro esquerdo, mostrando o dorso, a parte alta do seio, as pernas entrelaçadas, coxas nuas, cabelo semi-amarrado, faltou o óculos, confesso! Mas estava confortável. Abri o blog, digitei o título e parei. Minhas mãos estavam paralisadas, eu sabia o texto, li e reli várias vezes em minha cabeça, mas não conseguia, não conseguia começar, não conseguia colocar pra fora. 
Paralisei! 
      As lágrimas começaram a rolar e os olhos se arregalaram um pouco quando percebi, percebi que se eu colocasse no papel ele se tornaria real, ele sairia da minha mente para o mundo, o meu pequeno mundo cheio de letras, onde meus textos possuem uma importância peculiar pra mim, lembra? Você uma vez me disse isso. Você estava certa. E eu ainda não consegui assassinar alguém com determinadas palavras. Ainda não consegui matar você, nós, sentimentos e de quebra me suicidar.