segunda-feira, 31 de outubro de 2016

The Fosters



Comecei a ver uma série chamada "The Fosters", por indicação de uma amiga. A série já está na sua 4ª temporada e é incrível como os 5 primeiros episódios da 1ª temporada me deixaram mexida, emocionada, pensativa. Não sou apenas a louca dos signos, sou a louca por séries também, e confesso, nenhuma série que eu já assisti me deixou assim. Provavelmente pela proximidade com a vida real, pelas problematizações, pela sensibilidade com a qual cada assunto é tratado, pela continuidade de temas. Bom seria se todos tivessem a oportunidade de assistir essa série e sentir um pouco mais de empatia pelo outro. 
Quantas coisas deixamos de fazer porque não somos aceitos? Quantas vezes fingimos ser o que não somos? Bloqueamos coisas, vivemos mentiras, traímos? Nunca pensei que viver fosse fácil, mas não imaginei que era tão difícil. 

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

~ My Surface ~



[... ] Arthur: E ele o que pensava disso? 
Laura: Não sei, ele dizia que, que eu tentava ler seus pensamentos, adivinhar o que ele estava pensando ou sentindo. Dessa vez, eu não quero isso. 
Arthur: E você, como se sente? 
Laura: Com o quê? 
Arthur: Com tudo isso, com o fato dele achar que você queria sempre adivinhar seus pensamentos, ou ao que parece, estar um passo a sua frente. 
Laura: Sinto-me uma péssima companhia. 
Arthur: Hum... Então ele te fazia mal? (Arthur cutucou desejando que ela assumisse que aquela relação não a fez bem)
Laura: Não, não é isso! (Titubeou) Ele me levava a extremos, entende? Despertava minha chateação, muitas vezes suas atitudes me corroíam, eu sei! Eu sei também que eu tinha péssimas atitudes, mas, ele não me fazia mal, não era ele. Os bons momentos superaram, tanto é que até quando estávamos brigados eu sentia falta dele. 
Arthur: (Arthur não se deu por vencido) Laura, essa relação te trouxe aqui, como algo bom pode te trazer a um lugar como esse? (Ele olhou ao redor como se quisesse mostrar algo a loira). 
Laura: Escute bem, eu vim aqui porque não posso lidar com a ausência dele, porque me dói saber que não tenho mais... (Ela parou de falar e seus olhos se encheram de lágrimas).
Arthur: O que você não tem mais, Laura? 
Laura: (Pigarreou) Eu não tenho mais a voz, o riso, e quanto ele dizia “eu te amo” e o mundo parecia entrar em uma pausa onde só eu e ele nos moviamos. Não posso mais compartilhar curiosidades sobre mim, ou ouvi-lo falar do quanto brigaria por palmito ou do seu amor louco por pão de alho. Não tenho mais com quem reclamar que comer miojo cru faz mal, nem sequer o tenho para discutir, me chatear ou qualquer coisa do tipo. 
Arthur: Quer dizer que as discussões fazem falta? 
Laura: Não! Ele me faz falta.  
Arthur: Então se ele não te fazia mal, se tudo era tão bom, por que se afastou? 
Laura: Porque nem todos suportam a intensidade. É como você colocar duas cargas diferentes juntas.  ( Laura parou e Arthur franziu a testa como se pedisse para que ela continuasse) Sabemos que cargas iguais se repelem, diferentes se atraem. É como um ser carga negativa e o outro positiva. Existe uma grande atração, mas imagine, uma hora eu estou em 220 volts, outra ele está em 110 volts. São energias diferentes passando pelos corpos que estão juntos, vai dar choque. (Ela suspirou) E é isso que acontece. Somamo-nos, mas por estarmos em intensidades diferentes, muitas vezes saímos machucados. E eu não quero isso pra mim, principalmente para ele. 
Arthur: (Arthur estava paralisado com a explicação de Laura, mas tentou não demonstrar tal desconforto. Ajeitou o corpo à cadeira, se recompôs e continuou) Então, se sente falta, por que não tenta mais uma vez? 
Laura: Não, Arthur. Às vezes é melhor dar uma pausa antes de tudo virar uma tragédia. Se for pra terminar algo, que termine com a beleza do que temos, não com a insistência em uma vida que acabará em uma triste discussão. 
Arthur: Isso soa dependência, Laura. Já parou pra pensar? Reflita sobre. Você não precisa viver assim, tem que continuar sem ele. 
Laura: Eu sei que posso, mas não quero. Não é dependência. Ele é a minha superfície. 
Arthur: Superfície? (Interrogou sem compreender o que Laura queria dizer).
Laura: Sabe quando estamos em uma praia, rio, piscina, qualquer lugar assim e mergulhamos, vamos lá no fundo, estamos prendendo a respiração, certo? (Arthur assentiu com a cabeça) uma hora precisaremos voltar à superfície para respirar. E ele é a minha superfície. Eu sempre precisava voltar para ele, sentia e sinto essa necessidade batendo forte dentro de mim (Sem notar, ela levou a mão ao coração). E agora, agora sem ele lá, eu não posso voltar...Eu sinto... (Laura fez uma pausa como se tivesse medo de falar). 
Arthur: Você sente que está se afogando? (E ele finalmente falou por ela). 
Laura: Sim. Na verdade, é como estar em um sonho. Eu sinto a água entrando em meus pulmões, o desespero se apossando de mim, eu não consigo voltar à superfície, e pouco a pouco vou me afogando, até que acordo e noto que... 
Arthur: Que? (Ele pareceu curioso).
Laura: Que o sonho é real. Já me afoguei, meu corpo está ali, mas minha alma não conseguiu voltar à superfície, e por dentro eu já morri. 

Arthur ia falar algo quando ambos olharam o relógio sobre a mesa. A hora com o psicólogo havia acabado e embora Laura tivesse mais a dizer e Arthur a ouvir, compreender e ajudar. O horário dizia que outra paciente precisava entrar. Laura se foi, logo voltaria para outra sessão, e até lá, Arthur imaginava o quanto era difícil encontrar alguém que mesmo longe, mesmo afastado, quem sabe afastado até pra sempre, mantinha o pensamento naquele que um dia foi e sempre será... Sua superfície. 

Urgência




Urgência, do latim: Urgentia. 
Necessidade de fazer alguma coisa imediatamente;
Aperto; 
Caso que exige resolução ou tratamento imediato. = EMERGÊNCIA; 
Departamento de um hospital onde são prestados serviços médicos e cirúrgicos de emergência. 


Eu tenho uma pressa ensandecida por viver, por sentir tudo nos mínimos detalhes e experimentar cada partícula de momento em sua totalidade. Quero viver o todo, beijar, abraçar e deixar as pessoas com risos e palavras bonitas em cada encontro. Tenho uma urgência dentro de mim que não tem fim. Desculpe... Não da mais pra ver o mundo pela janela do carro, pela tela, vendo tudo embaçado. Eu quero descer do carro e sentir a terra sob os pés, quero ver sem ofuscações, sem janelas, sem compartimentos... Não consigo mais viver no remoto controle... Aliás.. Controle... O que é isso?! 

Por detrás de um: "Eu te adoro".




Abri os olhos e lembrei da noite anterior, me questionei ser foi sonho, por isso virei lentamente torcendo para que tivesse sido real e esperando pelo irreal. Para o meu alívio, lá estava ela, deitada ao meu lado, ainda dormindo. Meus dedos tocaram-lhe o rosto, transpassando por entre seus cabelos. Ela suspirou e eu juro que o meu corpo quis suspirar junto, mas eu ainda estava impactada com a realidade a minha frente. Os olhos dela estavam fechados, mas cada vez que meus dedos a tocavam ela sorria. Beijei sua boca de forma leve, ela retribuiu segurando os meus lábios ali, entre os dela ,por alguns minutos. Sussurrei por entre nossas bocas: "eu te adoro", e nesse "eu te adoro" tanta coisa foi dita. Com ele eu disse que amo cada momento que vivemos juntas, que o beijo dela me faz querer mais, que eu carrego uma saudade no peito que não tem fim e toda vez que eu a vejo só aumenta, aumenta e ainda assim eu quero a saudade aqui, só pra continuar revivendo cada momento em minha mente e sentir o meu corpo vibrar com isso. Esse "eu te adoro" disse o tanto que eu lembro dela durante o dia e fico sorrindo feito boba, o quanto eu quero mais dela, arrancar pedaço por pedaço e ser arrancada de mim até que não sejamos mais eu e ela, sejamos nós. Esse eu te adoro foi tão recheado de sentimentos que se ela bem soubesse não me deixaria levantar da cama após ele. rs 

quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Lindo mesmo?



Lindo mesmo é quando a gente não mendiga amor, carinho, atenção. 
Quando ele vem de graça... Do coração. 
Lindo mesmo é viver amor, amores, recíprocos, 
sem ter nada a provar, sem ter que se moldar. 
E sabe o que mais lindo é do que tudo isso? 
É saber ser só quando for preciso. 
É reconhecer que às vezes só você é o seu melhor abrigo. 
E que se for assim, tudo bem. 
Pois quando a gente sabe ser jardim, 
o outro é a consequência do cheiro que ele tem.



Infelizmente, eu ainda sou o tipo de pessoa que quando vai escrever um livro já pensa no fim. 

E eu sei, sei que preciso mudar essa visão imediatista e reducionista das coisas, que muito mais do que o início e o fim, o processo também precisa ser apreciado. E como precisa. 



Tem coisas que são como socos no estômago... Você não sabe o que faz primeiro... Se xinga, se vomita, se devolve o soco ou se chora!

domingo, 23 de outubro de 2016



Eu pensei que era pra sempre, mesmo sabendo que nada é. Acabou! E eu sempre dizia que conseguia viver sem, e agora eu não consigo, porque me sinto despedaçada... Por dentro, por fora, por todos os lados. Eu pensei que era forte, mas não sou... Eu não estou vivendo, estou vegetando, fingindo ser quem não sou, procurando ela em outros rostos, outras vozes, outras bocas. Está tudo uma verdadeira merda... E eu realmente não quero continuar nesse mundo, nesse mundo em que ela não está!



E no calor do quarto, ela correu pro sofá. Mas não deu muito certo, então ela tomou banho. Mas o calor continuou lá. Foi aí que ela percebeu... O calor não era externo nem interno, era ela.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Permitindo-se.



O telefone toca.
Ela 1: Já estás dormindo é?
Ela 2: Mensagem automática: Estou dormindo, deixe seu recado após o sinal... Ta raaaaaaaaaaam.
Ela 1: [risos]
Ela 2: Não. Por quê?
Ela 1: Porque eu queria te dizer algo.
Ela 2: Iiiii... Pode falar.
Ela 1: Saudades. Saudades de você.
Ela 2: [Voz muda, fica doce e baixa] Também estou com saudades de você.
Ela 1: [Respira e ri] Você sabe que isso é perigoso, não sabe? Eu não presto.
Ela 2: Todos os dias eu escolho o perigo.
Ela 1: Você realmente gosta do perigo.
Ela 2: Eu gosto do que ele me trouxe.
Ela 1: E o que ele te trouxe?
Ela 2: Você! 
Permita que o amor invada a sua casa coração  

Impulso, im(pulso), pulso.




Antes eu precisava da tristeza para escrever, ela me impulsionava. Hoje, percebo que qualquer coisa pode ser motivo de escrita, de texto, de filosofia de balões... Não são apenas as coisas, os momentos, as sensações que me impulsionam, eu que preciso, antes de tudo, ser im(pulso).




                                   "Mas é claro que o sol vai voltar amanhã"...
Desculpa, Renato. Não quero que o sol volte, quero saber ser sol quando houver temporal. Quem sabe ser um pouco de temporal também, hein? Que tal? Não é apenas a alegria que precisa ser sentida, experimentada, entendida. Talvez o sol seja para todos, mas provavelmente, quem chegou naquele lugar "quentinho e confortável" tenha tido que vivenciar muitos temporais. E quem dita se o sol é bom? Talvez o temporal seja mais prazeroso para alguns. De qualquer forma, como diria Augustus Waters: "A dor precisa ser sentida" e eu complemento: "e entendida". É como dizem naquele filme arrebatador: "Você tem 5 minutos para mergulhar na tristeza profunda. Aproveite, desfrute, descarte... E siga em frente!". E eu complemento: "Só não deixe de sentir", pois sentir continua sendo uma palavra de ordem. 




I Don't Wanna Miss a Thing (Eu Não Queria Perder Nada).



               Eu sempre imagine como ficaria a casa após a sua ida. Não que eu tivesse anseio por isso, mas quando ao longo de nossa vida perdemos tantas coisas e pessoas, passamos a reconhecer que um dia tudo se vai. Sempre temi que esse dia chegasse, por isso eu tentava aproveitar a sua presença ao máximo, inventando brincadeiras, besteiras e tentando não dormir. Lembra que eu sempre reclamei de ter pego no sono, de ter dormido logo? Eu só queria ficar um pouco mais com você, eu só não queria perder nada... Absolutamente nada. E no fim, nessa ânsia por não perder, eu perdi. E a casa? Como canta Cícero... "Entra pra ver como você deixou o lugar". 


Eles, que se derramavam sobre ela!




Eles a tocavam com tamanha profundidade que ela ficava desnorteada. Desviava o olhar o máximo que conseguia, mas mesmo assim, eles permaneciam lá, tocando-a, ousando lhe penetrar. A respiração dela ofegante, sem saber onde as mãos colocar. E de novo, lá estavam eles, pegando-a de jeito, querendo comandar. Respirou fundo, fechou os olhos e sugou os lábios dela para junto dos seus. Quando seus olhos se abriram, lá estavam eles, hipnotizando-a, deixando seu corpo mole, sua cabeça tonta, completamente sem jeito. Ah, aqueles olhos que derramavam sobre ela aquele olhar. Eles a comiam loucamente, e tudo o que ela queria era se entregar.

Coiiisa Liindaaa (8









Moça, você é linda
com suas formas e suas dobras
esse corpo me fascina.
Moça, deixa eu desenhar suas estrias
 despejar a ponta dos meus dedos 
em cada pequena linha que cravam 
na memória do teu corpo lindas histórias, 
desde menina. 
Moça, você é uma coisa linda
tem sido minha sina, 
minha alegria e até melanina. 
E quando você não aparece no meu dia
é difícil ver a vida tão mais colorida. 




quarta-feira, 12 de outubro de 2016

DANÇARINA DO (SEU) MUNDO


Ela é poesia, anilina que colore a vida. Não cansa de aprender e aprendendo vai todo dia. Aprendeu que pode ser dela, só dela, e se quiser, de mais alguém. Que pode ter quem quiser sem precisar se moldar a outrem. Adora ser ela mesma e descobriu que o mundo se torna mais leve quando não se acomoda a ninguém. É desbravadora e quer viajar, nem que seja pulando do quarto para a sala de estar. Parece ate pisciana, pois sua imaginação não tem limites, dança conforme a música, mas não se prende aos seus limites, ritmos... E o que é isso mesmo? Ela tem ritmo próprio, nasceu para rebolar pro mundo... Quenga, puta, vagabunda, podem até assobiar, mas se a liberdade dela tem esse nome, ela aceita, não vai parar. E é com qualquer batuque, se o seu corpo não estiver mexendo, a alma com certeza está. Ela dança, dança até com o barulho do mundo, dança no andar, no olhar, no sorriso e até na hora de trepar.

terça-feira, 4 de outubro de 2016



É tão bonitinho quando as pessoas ficam falando de perdão.. Acabaram de se ferrar, de sofrer uma decepção e já estão lá perdoando. Que lindo, que maravilhoso. E que pena... Que pena que eu não consigo vomitar rosas e peidar arco-íris. Sou vingativa sim, sou rancorosa sim... E só perdoo depois de ver de fato o arrependimento (E OLHE LÁ). Tem gente que é falsa, hipócrita, faz de tudo pra puxar o seu tapete e a essas pessoas eu só dou desprezo mesmo. Eu remoo e curto a dor o bastante para ir me recuperando... Porque como diz o livro/filme: "A dor precisa ser sentida". Cada um tem sua forma de viver e lidar com essas "frustrações", não diminuo o jeito de ninguém, mas também não quero que diminuam o meu. Eu não sou pesada e sombria por causa disso. Eu apenas encontrei a melhor forma de lidar com a dor. E se essa forma for mandando quem me machucou se foder.. Eu vou mandar, benzinho. Eu acredito que a raiva também é fonte de aprendizagem.. Só que, assim como amor, não deve ser exagerada, ampliada. É preciso ser sentida, entendida e superada. Não dá pra sair por aí perdoando qualquer pessoa que te dá uma rasteira, do mesmo jeito que não dá pra matar todo mundo que pisou no seu dedinho mindinho. É preciso reflexão. Tem gente que não merece perdão mesmo... Porque perdoar acaba sendo uma forma de permissão para que a pessoa faça novamente. A gente é que tem que se perdoar, e aí é diferente. Se perdoar porque muitas vezes a gente se cobra demais e tem uma mania terrível de assumir a culpa pelo erro dos outros. É se perdoar por dar as costas e seguir em frente peidando gás lacrimogêneo ao invés de arco-íris, só pra dar aquela leve irritação nos olhos de quem ficou pra trás. 

domingo, 2 de outubro de 2016

O dia em que...



O dia em que eu não mais me preocupar com a opinião dela, pode ter certeza, é porque ela já não faz mais falta. O dia em que a alegria bater a minha porta e o meu primeiro pensamento não for lhe contar para que ela festeje comigo, creia, algo está muito errado. O dia em que a tristeza fizer aquela visita com direito a pipoca e chocolate quente e eu não quiser o ombro dela, é porque de fato diferença já não faz mais. O dia em que eu não me negar a falar dela por muito tempo porque os olhos ficam marejados, pode ter certeza, esse dia é mais um fim. O dia em que os meus olhos focarem em uma foto nossa e o coração não pesar de saudade, é porque a ausência deixou de fazer diferença. O dia em que eu não quiser sussurrar que a amo quando ela me dá tchau, é porque realmente acabou, é porque não tem mais amor. Enquanto isso, tem sorrisos, algumas doses de lágrimas, lembranças, saudade, dor, e ainda, ainda tem muito amor.


Tem gente que chega e bagunça tudo... Nem de longe é calmaria, é furacão, estado de turbulência constante, tem até alguns momentos que você tem que rezar ave maria... Mas quando a pessoa vai embora você fala consigo mesma: "Poxa, que pena que acabou".