sexta-feira, 21 de julho de 2017

Eu volto pra te abraçar sem sentir o peito pulsar

Olha, eu estou indo embora, mas não se assusta, não. Estou deixando aquele caderno todo escrito a mão. Quando sentir saudades abra uma página e leia algo que escrevi pra você. Ele é repleto de textos, poemas, versos, músicas, pequenas frases e palavras, tudo sobre você, sobre nós, pra você. Escritos a mão com uma caneta rosa. Não! Não passei a gostar de rosa, mas sei que você gosta e a cor até me lembra você, um rosa vibrante, como o tom dos seus lábios. 
Veja bem, o próximo ônibus é o meu e eu não posso me atrasar, resolvi viajar pelo mundo afora, levo na mala um potinho cheio de você, espero em cada cidade visitada deixar um pouco de você por lá e quando voltar poder te abraçar sem sentir o peito pulsar. 
Veja bem, no primeiro dia você vai se negar, vai jurar que logo, logo pela janela eu vou entrar. 
No segundo você não vai acreditar, vai dizer que eu te abandonei, mas que logo, logo vou voltar. 
O terceiro, quarto e quinto você ainda manterá essa esperança nos olhos, até que pouco a pouco ela vai se apagar. A saudade vai tomar conta, eu sei que vai, mas acredite, vai passar!
No décimo dia você talvez tenha perdido o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios, a noite você vai  se lembrar de mim dizendo que te amo e falando que vou dormir. Pela manhã você vai olhar o celular e sentir falta de quando eu te acordava e elogiava sua voz de sono... Você vai chorar, ah vai. Vai esbravejar, me xingar, me culpar, mas eu estarei longe, não poderei escutar.
Eu: Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida. Então  a gente vai fugir pro mar... 🎶
Ela: Pro mar não, ta frio... Aí vamos congelar no oceano igual ao titanic.
Eu: É... E você vai soltar minhas mãozinhas e eu vou lá pro fundo do oceano e você vai chorar: Oh, Pry. Oh, Pry.
Ela: Não. Você vai ficar em cima da tábua comigo.
Eu: Mas não cabe.
Ela: Cabe, sim. Eu fico por cima de você.

A você que decidiu pousar, 
fazer ninho no meu peito 
e tricotar um laço comigo. 
A você que nos dias mais frios 
se faz de cobertor 
e nos dias mais quentes 
se transforma em ventilador. 
Eu queria dobrar a esquina e ver seu sorriso. 
Aquele riso aberto dos seus olhos, 
aquele sorriso nervoso 
que faz suas mãos transpirarem 
e você coloca a culpa na hiperidrose. 
Aquele riso de saudade 
que também se instala em mim, 
que ao te ver apenas ameniza,
mas não passa. 
Não passa de jeito nenhum. 
Eu queria? 
Não! 
Eu quero. [...] 
Quero sempre dobrar a esquina e dar de cara com você.




Logo eu...

Engraçado, logo eu que nunca gostei de criança passei a gostar do filho dela. Logo eu que odiava choro de criança passei a procurar entender o choro dele e até defende-lo na hora em que ela dizia: "Isso é birra, drama, é manha". Logo eu que revirava os olhos quando uma criança parecia querer atenção, passei a dar atenção a ele, mandar beijo, querer falar com ele e perguntar: Como ele está? Logo eu que não gosto de criança achei uma criança de quem gostar. Foi assim que passei a me perguntar o porquê. Será que é porque gosto dela? Não! Nenhum gostar me condicionou a gostar de algo mais, isso aqui não é uma venda casada, um gostar casado. Não! Eu passei a gostar dele porque ele é um pedaço dela, e eu gosto de qualquer pequena partícula em que ela esteja. E aquele pequeno me parece ser absurdamente insuportável como ela... E por isso... Adorável. 

quinta-feira, 20 de julho de 2017


Amar você as vezes me cansa... 
É como viver em um mundo de incertezas, 
é como dormir e não saber onde vou acordar, 
se em um campo repleto de rosas 
ou em um mar a deriva cercada por tubarões. 
Pra cada sumiço poderia haver um explicação. 
Para cada silêncio poderia haver um "Agora eu preciso ficar sozinha". 

A gente até tenta, mas.... Nós somos absurdamente diferentes.
Dizem que peças iguais não completam quebra-cabeças, 
mas e quando somos peças diferentes de quebra-cabeças diferentes?



E talvez se você soubesse o quanto isso me faz mal, não agiria assim.


Eu sempre me emociono quando falo dela 
e espero ainda me emocionar muito, 
me emocionar ao falar seu nome, 
ao contar nossa história, 
ao dizer que a amo. 
Porque quando eu não mais me emocionar 
significará que não sinto mais nada, 
e sentir tudo isso é maravilhoso. 
É recíproco. 

domingo, 16 de julho de 2017

Mudanças...

Agora ela mesma paga suas contas, arrumou um emprego, começou a tomar café, com leite, mas café, amanhã aposto que ela estará tomando ele puro, porque hoje ela está assim, propensa a mudanças. Ela se livrou dos amores complicados e que sempre a levavam para o buraco chamado "falsa esperança", ela agora fala o que pensa, trabalha com a verdade e não tem receio do que a sociedade vai pensar caso ela saia com um penteado diferente ou sem pentear o cabelo. Ela não tem mais medo de pegar na mão de uma garota em público. Ela abriu um blog, começou a escrever seu próprio livro e agora até gosta de crianças. Ela não faz mais questão de que ninguém fique, ela está passando a ser tão dela que até chorar e se permitir emocionar, sem vergonha disso, ela passou a fazer. Ela também se permite ser fria nas coisas que as pessoas mais acham comovente, ela sempre foi assim, fria para determinadas comoções humanas, a diferença é que agora ela não se preocupa em esconder para que as pessoas não a chamem de insensível. Ela sabe que não é, e é isso o que agora importa. Ela trocou o teto do quarto pelo céu da praia, passou a visita-la mais vezes, passou a se visitar mais vezes. Ela, ah... Ela trocou até a cama pela namoradeira da varanda, a varanda que dá pra rua, onde é possível sentir o vento brincando por entre suas pernas nuas. E ela continua mudando, mudando tanto que talvez ao terminar esse texto ela já tenha feito outra tatuagem, dessa vez, na alma. 

sábado, 15 de julho de 2017

Ela 1. Aproveita minha presença.
Ela 2. É?
Ela 1. É, ue. Sempre demoramos tanto pra nos ver.
Ela 2. Pois é. E por isso eu tenho que ficar nesse desespero de aproveitar sua companhia, sua presença, seu beijo, seu carinho. Olha... Eu não estou dizendo que esse "desespero" é ruim... Às vezes é ótimo sentir essa adrenalina do "o seu tempo está acabando", mas é às vezes. Viver desesperada é tão ruim, é como sempre estar com o relógio contra você, é a sensação de ter comido algo as pressas por conta da fome e nao ter tido a possibilidade de saborear cada sensação causada no paladar. É se apegar aos momentos mais simples, não que eles nao sejam importantes, mas deixamos de construir uma história para construirmos momentos. Um beijo, um carinho, sua presença, a pressa em consumir cada pequena partícula da sua companhia na vã tentativa de mais tarde, quando estiver sozinha, ter ao que me apegar. Desculpe... Mas dessa vez, não quero "aproveitar" a sua companhia.

Pra você dar um nome...

Eu ainda vou acordar em uma bela manhã de domingo e vou pegar o primeiro avião até você, na bolsa levarei algumas roupas, poucos acessórios necessários e aquele livro que eu vi e imaginei que você adoraria lê-lo comigo. Ao me ver você irá se admirar em como eu consegui sair apenas com uma mochila nas costas, eu vou rir e dizer que muita coisa mudou, mas que quero pegar em sua mão e te mostrar tudo. No meio do caminho eu vou te ligar e pedir: "Me pega no aeroporto?" Você não vai acreditar, aposto que vai até chorar, e acredite, eu choraria com você. Na mala do meu coração eu estarei levando algumas lágrimas de saudade, levarei também uma playlist só nossa, cheia de Armandinho, irei cantarolar tanto que quem estiver ao meu lado no avião vai me pedir para eu parar, mas quando menos perceber estará cantarolando comigo. Eu contarei ao meu companheiro de viagem que estou indo te ver, e ele, como todos os outros, ficará admirado com a força desse amor. Eu vou dormir durante o voo, vou dormir ao som de Fast Car. Mas eu chegarei lá, chegarei lá com a melhor câmera do mundo em minhas mãos e é com ela que eu vou te procurar, meus olhos. Eles irão percorrer cada centímetro daquele aeroporto, mas é você quem vai me encontrar, me abraçar, chorar, vamos chorar, depois vamos rir, rir de tudo e todos, rir de nós, do quanto somos bobas, idiotas e apaixonadas uma pela outra. Você vai pegar meu celular e Fast Car ainda vai estar tocando, você vai gostar do som e não demorará muito para estarmos no carro cantando gritantemente em um inglês ruim, porque a gente é assim. Você vai parar, me olhar com aquele jeito doce e apaixonado, eu vou enxugar as lágrimas que insistirem em cair, tanto as suas quanto as minhas, e vou te mostrar esse texto, você vai rir e perguntar: "Mas qual é o nome dele, não tem título? Eu vou te olhar com aquela expressão que você conhece bem e dizer: É pra você dar o nome. É pra você dar o nome... <3 

Sobre Saudade...


Algumas saudades nunca serão entendidas, principalmente daquelas pessoas que estão tão perto, que vocês têm tudo pra se ver, se encontrar, se amar, mas vocês estão sempre tão distantes. Dá pra entender? Isso soa tão lógico e ao mesmo tempo tão contraditório que até dá pra sentir o cérebro dando nó. 
Saudade é quando você está em uma festa e por mais bêbada que esteja, por mais que não consiga se lembrar de metade do que fez ou disse, você se lembra dela. Você para no meio de uma dança, de uma música, de um abraço e se pergunta onde ela está agora, o que ela está fazendo. E mesmo sabendo que ela não está ali você a procura no meio da multidão, como se a qualquer momento pudesse dar de cara com os olhos dela e sua silhueta vindo até você no salão. Talvez saudade seja isso, esse engano, essa crença de que algum dia você poderá mata-la mesmo sabendo que não vai. 
E como não enlouquecer com isso? Talvez escolhendo não mais sentir. É uma opção.

Alguém...

Acho que no raso a gente só quer mesmo alguém que insista na gente, alguém com quem a gente pode ser para além de quem verdadeiramente somos, com quem poderemos baixar todas as armas, jogar fora todos os escudos e palavras duras que usamos como autodefesa. A gente só quer alguém para quem poderemos mostrar cada pequena fraqueza, cada um dos nossos piores monstros, alguém que não vai rir do nosso medo de escuro, do nosso medo de ficarmos sozinho, alguém que vai nos abraçar caso acordemos assustados na madrugada, alguém pra chorar, chorar e chorar, sem que esse alguém diga que chorar é besteira, que devemos levantar e seguir. Alguém que diga: CHORE! Chore. Se permita chorar, eu estou aqui. No raso a gente só quer alguém que esteja sempre aqui, alguém pra quem vamos ligar e mesmo que demore uma, duas, três horas para retornar a ligação, esse alguém vai estar ali, pra você. Alguém que insiste, que não desiste na primeira, segunda ou terceira tentativa. Alguém realmente apaixonado por quem você é, pela alma, não por um corpo, um beijo, o que você pode dar a ele. Alguém que te enxergue para além do que você é, mas de quem você pode ser e se não puder, que se dane... Esse alguém só quer mesmo é estar com você, mesmo tendo a possibilidade de estar com qualquer outra pessoa. Alguém que não pergunte apenas como você está, mas que de fato queira saber como você está. Alguém que reconheça seu olhar, alguém com quem podemos mostrar o quanto somos frágeis e que na verdade toda essa força que a gente demonstra é um escudo, que somos apenas pele e ossos, algumas estrias e gordura, e tudo bem... Tudo bem pra esse alguém, porque ele é alguém quer ser o seu alguém, que não vai usar suas fraquezas contra você, que não vai rir delas, que vai te ouvir sem primeiras, segundas, terceiras, quartas e milhares de intenções. No raso a gente só quer alguém... Talvez EU só queira alguém, alguém que não seja eu mesma.