Você é magro(a) e é feliz magro(o)? Ótimo! Você era gordo(a) fez dieta, redução e agora está magro(a) e é feliz assim? Ótimo! Só não venha deslegitimar a lutar de manas e manos que são felizes gordos. São felizes com seus corpos e suas dobras. Dizer que alguém é gordo porque se acomodou, porque não quer mudar, é patético. Gordo só não é mais feliz porque tem que lidar com gente gordofóbica que tece comentários como esse. O problema não é o gordo, é você, é a sociedade.
domingo, 25 de setembro de 2016
Não precisa dizer que está indo, não precisa bater a porta na sua cara ou anunciar palavra-chave como: Tchau ou adeus. Quando alguém vai embora simplesmente vai. É uma palavra não dita, ou palavras mal ditas, é quando falta carinho, dialogo, tentativa. É quando já se fez tanto, mas não se saiu do lugar. Quando alguém vai embora, vai aos poucos, e quando a gente se dá conta... Já foi. E nem tchau dá mais tempo de dar, porque esse alguém não vai ouvir... Sua sombra já virou a esquina. Esse alguém já foi embora.
A cultura do vamos sofrer.
Críamos uma cultura em que é preciso sofrer para termos algo de bom, é preciso pagar penitência por cada felicidade obtida, que tem que dar errado pra dar certo, que primeiro a gente caminha descalço por um arco-íris cheio de espinho para enfim chegarmos ao pote de ouro. Que toda vitória só é saborosa se tivermos passado por perrengues. Que é preciso termos cicatrizes para uma exibição chamada orgulho, que é preciso ter travado enormes batalhas e vencido gigantes. Por que tem que dar errado pra dar certo? Não precisamos disso! Não precisa sofrer para conhecer o amor, para viver coisas boas. É preciso acabar com essa cultura de que antes da felicidade temos um preço a pagar, isso não existe! Podemos aprender pelo amor, podemos ter essa plenitude onde o fel é apenas parte do processo chamado vida, e que o mel nem sempre é a conquista de uma luta entre nós e feras traiçoeiras. Reconhecer que ter um pote de doce na dispensa sem ter travado uma luta para consegui-lo não te faz indigno de prová-lo. É como o próprio Criolo canta: "Não precisa morrer pra ver Deus, não precisa sofrer pra saber o que é melhor pra você".
sábado, 24 de setembro de 2016
A Morte, traiçoeira morte.
De um lado está ela, do outro eu, no meio a morte. O cheiro da morte tem invadido constantemente o meio do salão onde estamos. A não esperada morte chega e rodopia pelo salão, dança uma música suave e passa como uma brisa leve entre nós ao ponto de mover nossos cabelos soltos. Entre nós três está uma cova, sobre ela um caixão. É como se cada dia enterrássemos alguma coisa. E eu, e ela, tão cansadas para irmos à luta, tão cansadas para dizermos qualquer coisa, apenas deixamos ir. Sensações, sentimentos, lembranças, fotografias, cheiros, frases, palavras, tudo de vivo entre nós dentro de um caixão clichê, marrom, frio, oco. A morte nos observa, nota nosso semblante sereno e se contrai em um resquício de riso com a nossa falta de resistência. Ela pega em nossas mãos e nos convida para uma dança, a última dança, o último ato. Mesmo cansadas nos entregamos ao baile, a morte sempre entre nós, ela não permite que nos toquemos, pois o mínimo toque pode reavivar algo, pode colorir o salão, quebrar o caixão, soltar os sentimentos e sensações. E a morte... Ah, a morte não quer isso, ela só quer A Morte!
Fico muito impaciente com a insistência de algumas pessoas. É preciso aprender a ouvir não, qual a dificuldade para entender essa pequena palavrinha de 3 letras? Se eu disse não, independente do motivo, é porque é não. Eu não quero ir, eu não quero fazer, eu não quero ver, não quero. Parece que a sociedade está fadada ao fracasso por sempre querer um sim, foi criada com tudo a disposição, quando ouvia "não", fazia birra, batia os pés no chão e conseguia o que queria. Em contrapartida, hoje não consegue lidar com a negação. É assim que mães e pais se submetem aos filhos, que filhos crescem acreditando que podem tudo, que quando a amiguinha diz que não quer dar beijo ele a força a beijar, que quando um amigo diz que não quer fumar os outros lhe pressionam o chamando de careta. É preciso saber discernir quando um não é "charme" e quando um não é de fato NÃO! Não sou obrigada a acompanhar você, a estar o tempo todo com você, a ouvir seus problemas 24h, muito menos a lhe atender. Ah, e não sou obrigada a levar desaforo pra casa, se eu disse que não e você continua insistindo, vai levar um fora pra aprender que birra comigo não funciona.
sábado, 17 de setembro de 2016
Geralmente quando caímos, nos arranhamos ou nos cortamos, só sentimos a dor latente depois que o corpo esfria. Coração machucado é do mesmo jeito. Enquanto as amigas estão por perto, te fazendo sorrir, você não sente tanto, mas depois que você chega em casa, que senta, que nada desvia os seus pensamentos... Você sente tudo.
terça-feira, 13 de setembro de 2016
domingo, 11 de setembro de 2016
A gente tem mesmo é que respirar, porque se a gente não respira parece que o coração vai sair pela boca. E a gente fica ao mesmo tempo tentando conter as lágrimas e respirar, o coração querendo sair, já passando pela garganta e a gente tentando engolir de volta. Porque sabe que se o coração sair, tudo dentro da gente desliga... Todos os sentimentos e emoções somem... E eu sempre digo... Eu prefiro sentir tudo do que não sentir nada.
Muito Gelo e Pouco Whisky
Tem uma música de Wesley Safadão que repete muito uma frase que define perfeitamente algumas pessoas: "Tô vendo que você é muito gelo e pouco whisky". Toda a canção fala de uma pessoa que fala demais e nada faz, que se pabula demais, que quer tudo, mas que nada oferece em troca. Não estou falando que a vida tem que ser medida assim, entre dar e receber, estou falando que, naturalmente ninguém quer dar amor e não receber nada ou receber ingratidão. Ninguém quer suar estudando, dar o caderno para alguém copiar e quando precisar dessa troca ouvir um não. Tem gente que é como parasita, gruda em nossa pele e só suga, são os famosos vampiros energéticos. E ter pessoas assim do nosso lado nos adoece, do mesmo jeito que apenas servir e nunca ser servido também adoece. Imagine se o tempo todo você só desse, desse o seu carinho, o seu amor, a sua dedicação, e nunca, absolutamente nunca tivesse essa retribuição, como você se sentiria?
Infelizmente o mundo está recheado de pessoas que são muito gelo e pouco whisky, pessoas que rezam o pai nosso e quando chega na parte "seja feita a sua vontade" elas pulam. Fica exatamente assim: Venha nós o vosso reino (...) assim na terra como no céu". Pessoas que adoram chegar em casa e ter comidinha pronta, roupinha lavada, mas que nunca sequer tirou do varal a roupa daquela pessoa que passa o dia todo lhe servindo. Tem gente que parece não ter um filtro e não entender o sentido de coletividade. A peneira no cérebro dessa pessoa é rasgada e ela só coloca uma peneira nova quando se trata de seus desejos pessoais. O mais assustador é ver o discurso desses seres, são discursos aparentemente empoderados, que nas rodas de diálogo falam da importância da troca e da coletividade, mas vivem sugando o outro em tudo e nem com uma bolsa de sangue ele retribui. Muito mais do que pregar, a gente tem que viver. Tem que entender que existem momentos em que é preciso sim, ser mais gelo do que whisky, mas que em outros, é necessário caminhar junto, é necessário dar as mãos. Nem só de autossuficiência viverá o homem, mas também da interação com o outro, do contato, da troca.
Claramente o contexto da música não foi feito para esse tipo de discussão, mas é bem verdade que ele serve, e como serve. Tem gente que de fato, é muito gelo e pouco whisky. E cabe a nós jogar tudo fora e procurar um lugar ao sol, um lugar em que se tenha gelo e whisky na medida certa para nós.
sábado, 10 de setembro de 2016
A Queda
Estou me sentindo um pouco sufocada. Minhas amigas dizem: "Eu te entendo", compreendo a empatia delas, fico feliz com isso, mas elas não entendem não. Elas sequer sabem o que eu sinto, por mais que eu tente desenhar, descrever, escrever, relatar. Não adianta! Elas teriam que ser eu, que estar dentro do meu corpo e sentir todas as emoções correndo entre o coração e o cérebro, corroendo as veias do meu corpo, me impedindo até de estudar e finalizar os trabalhos.
Eu estou tão confusa, tão insatisfeita. Como alguém pode ter tantas coisas boas em sua vida e se sentir assim? É um sufocamento que não passa, eu não estou sendo obrigada a nada, mas a todo momento parece que estou. Essas contradições estão me matando. Eu quero e não quero ao mesmo tempo.
Quando eu era criança estava brincando no quintal de casa, sem querer, escorreguei e cai sentada. Lembro-me que a queda foi tão forte que por alguns segundos, que pareceram longos minutos, eu fiquei sem fala, não conseguia gritar para que alguém me ajudasse, a dor do sufocamento causado pela queda era tanta que a lágrima desceu. Eu me sinto assim, como nessa queda. Sinto-me sem voz, quero gritar, mas não consigo, apenas os pensamentos flutuam em estradas conflituosas e vez ou outra uma lágrima escorre. Eu realmente preferia outra queda daquela ao ter que viver essa queda psicológica constante. Os meus sentimentos estão em conflito, percebo que não gosto de desvendar as pessoas, logo eu que amava joguinhos. Olho para dentro de mim mesma e vejo o quanto mudei. Hoje eu gosto de tudo preto no branco, mistérios me cansam, mas ao mesmo tempo eu tenho receio de desvendá-los e não saber lidar com eles. Vejo o quanto me tornei pensativa e presa a reflexões, o quanto as contradições estão em mim... Às vezes é chato ser eu, confesso. E eu tenho medo de repetir os mesmos erros, os mesmos erros do passado que eu disse que nunca mais repetiria.
sábado, 3 de setembro de 2016
Mudanças... Até onde é bom?
Eu sempre fui adepta da frase: "As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem" de Chico Buarque. Porém, de uns dias pra cá eu comecei a refletir sobre mudanças, e passei a perceber que as coisas não são tão extremas assim, que entre o mudar e o não mudar existe um mundo inteiro de complexidade.
Imagine que você sempre cozinhou batatas com frango para determinada pessoa, durante 10 anos essa pessoa amava esse prato, inclusive o seu tempero. Pouco a pouco essa pessoa começa a se queixar desse prato, começa a colocar defeitos no seu tempero, nas batatas, no frango, até o dia em que ela decreta: "Esse não é mais o meu prato preferido, não gosto mais do seu tempero". O que essa mudança causaria em você? O que você cozinharia pra ela agora? Você mudaria para agradá-la? Mudaria para manter a harmonia? Entraria em um consenso? Como seria?
Agora imagine o contrário, é você quem não gosta mais daquele tempero, que não quer mais aquele prato. A outra pessoa questiona, diz que você sempre gostou daquilo, que durante 10 anos (o que não é pouco tempo) esse foi o seu prato preferido e que de repente não é mais. Você levanta o dedo indicador, coloca a mão na cintura e fala categoricamente: "Essa mudança não ocorreu do dia para o outro, foi pouco a pouco, eu enjoei, eu mudei".
Reflito sobre esses dois lados da moeda e penso o quanto as mudanças nos assustam, algumas são necessárias, são prazerosas, mas outras nem tanto. Existem milhares de mudanças que ocorrem delicadamente dia a após dia e nós só percebemos se pararmos para pensar, porém, tem aquelas que são tão intensas que só percebemos quando acontece o "bum" aquele dia em que a ficha realmente cai, nesse momento pensamos que foi de repente, o que nem sempre é, apenas demoramos para perceber.
Estamos tão acostumados com rotina que quando alguém diz que não gosta mais de determinada música, não curte mais aquele tempero, aquela posição na cama, o perfume que ela dizia adorar, é assustador. A gente se desorganiza, principalmente quando essa pessoa mudou e nós não mudamos. E agora? Aquela premissa de Chico Buarque anda vale? Huum...
Temos medo que algumas coisas mudem sim, estamos naquela bolha confortável, naquela sombra agradável e sermos colocados sobre o sol pode até não incomodar nos primeiros momentos, mas depois de um tempo a gente percebe e questiona: "Hey, quem me colocou aqui?".
A verdade é que, quando estamos em um relacionamento é preciso haver diálogo, consenso. Se o outro não gosta mais daquela música e você sim, isso não te impede de ouvi-la, se ela não gosta mais daquela posição e você sim, isso não impede vocês de fazer essa posição e tentar outras que agradem ambos. Talvez o difícil não seja a mudança, mas sim a forma com a qual lidamos com ela. Dizem que temos a mania de complicar tudo, quem sabe não seja verdade, não é mesmo? Algumas coisas são tão simples de se resolver entre vinho e macarronada, entre conversas e acordos... Mas sair da bolha é estressante, ainda mais quando alguém a fura e nos acorda daquele sono profundo chamado comodismo.
No fim, o importante entre ser o que cozinhava ou o que saboreava o prato é quantas vezes vocês trocaram de lugar? Quantas vezes vocês cozinharam juntos, saborearam juntos? Quantas vezes você sentaram para vivenciar a troca? Eis a questão.. A TROCA. Troca de pensamentos, de ideias, de mudanças, de coisas que aconteceram no dia a dia. Falta se perceber e perceber o outro... Falta troca.
Então, sobre "As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem", confesso que tenho medo de algumas mudanças, mas também tenho medo que algumas coisas nunca mudem, quero que outras permaneçam como estão, mas caso mudem, vou assim mesmo, com medo e tudo. Desculpa Chico, mas não acredito que você não tenha medo de algumas mudanças, às vezes elas podem ser assustadoras.
Mudanças... Até onde é bom? Estou tentando descobrir.
Então, sobre "As pessoas têm medo das mudanças. Eu tenho medo que as coisas nunca mudem", confesso que tenho medo de algumas mudanças, mas também tenho medo que algumas coisas nunca mudem, quero que outras permaneçam como estão, mas caso mudem, vou assim mesmo, com medo e tudo. Desculpa Chico, mas não acredito que você não tenha medo de algumas mudanças, às vezes elas podem ser assustadoras.
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
Do que (a) gente precisa?
A gente precisa se ver, renovar as fotos da estante, fazer aquele passeio de barco, mergulhar e dar aquele beijão embaixo d'água. A gente precisa comer aquele açaí gelado de doer os dentes, rir com a boca cheia de comida, trocar olhares, fofocar sobre alguém que está sentado ao nosso lado no ônibus, pagar mico. A gente precisa de contato, de contato físico. Alguns dias sem whatsapp, sem Facebook, sem internet, só eu e você. Precisamos cometer loucuras, eu vou até aí, você larga tudo e vem até aqui. A gente precisa se deixar transbordar, se envolver, se amar como se não houvesse amanhã. Precisamos urgentemente de um carro, viajar o mundo nele e fazer dele nossa morada física, dos nossos corações juntos uma morada espiritual, de amor, de paz, de nós. A gente precisa mesmo é conquistar esse mundo de possibilidades que nos aguarda, fazer acontecer, fazer mil planos e concretizar dois mil. É ousar, criar, se misturar, transbordar, viver. Do que (a) gente precisa mesmo é de um prato de cuscuz com ovos e batatas para forrar o bucho e o pé no mundo. A gente precisa é desbravar! A gente precisa um do outro porque uma das coisas que a gente não precisa é estar sozinho. Do que (a) gente precisa? A gente se precisa.
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