domingo, 22 de janeiro de 2017

Em caso de saudade...


Hoje eu vi uma postagem que dizia: "Em caso de saudade, não quebre o vidro". Fiquei pensando que deve ser por isso que muitas vezes a gente morre por dentro, perde oportunidades, deixa de viver algo especial, até mesmo de levar um fora e ter uma aprendizagem significativa com ele. Vivemos com medo de quebrar a porra do vidro (e não peço desculpas pelo palavrão). É fato que algumas saudades devem ser deixadas pra lá, que algumas saudades são frutos de relacionamentos abusivos, de gente que nos faz mais mal do que bem. Porém, não estou aqui falando disso. Estou falando daquela saudade de alguém que faz bem, de alguém que até queríamos que fizesse bem, mas a pessoa não pode nem fazer porque ela sequer sabe que a gente sente saudade. E aí ficamos naquela de engolir a saudade, de protegê-la com o vidro chamado silêncio para não parecermos fracos, vulneráveis, dados (como dizem por aí). Uma vez eu estava com uma amiga na biblioteca e ela me contou sobre uma garota que quando tinha vontade de ficar com alguém chegava e perguntava: "Quer ficar comigo?" Se sim, okay. Ela ficava e tudo certo. Caso fosse não, tudo bem, vida que seguia. Eu olhei pra ela e disse: "Nossa, queria ter essa coragem". Mas que porra de coragem? Que medo é esse que a gente tem de explanar nossas vontades e sentimentos. De dizer: "Olha, senti sua falta hoje". É sempre tão mais fácil distribuir palavras amargas, na hora das doces é como a música do Iorc: "O coração dispara, tropeça quase para". Quantas vidas precisaremos viver ou deixar de viver para aprendermos que saudade a gente mata, a gente quebra a droga do vidro e diz: "Olha só, pensei em você". E se não for correspondido, tudo bem, vida que segue. Pois também precisamos aprender a lidar com o não, com a rejeição, com a frustração, com o fato de não ser recíproco e assim seguirmos livres o nosso caminho... Conhecer outras pessoas, viver outros momentos. Enquanto você está aí alimentando essa saudade calada, você nunca vai saber se é correspondida, se o outro também está ali sentindo saudades, tão calado quanto você. E é aí que você fica presa a uma saudade... Deixa de viver outras coisas por ela... Parada no tempo, sentindo algo que poderia se tornar reciproco ou até mesmo poeira no vento, dando lugar a outras coisas... PARE! Em caso de saudade...  SIM! Quebre o vidro... Arrebente-o... E se for preciso, grite... "Tô com sintomas de saudade, tô pensando em você".

E eu sei muito bem que Freud pode explicar isso, mas não quero falar dele. 

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