Nos livros existe uma simetria, algo contínuo, início, meio e fim. Se o escritor não consegue preencher lacunas, dar continuidade, coesão e coerência, ele é tido como um péssimo escritor. E o que dizer de quem escreveu essa história chamada mundo? Cada dia mais perverso, mais louco, confuso, ao contrário. Não tem simetria, não tem continuidade, em cada caminho surgem outros caminhos, pedras, bifurcações, e você se perde sem saber o que escolher e antes mesmo de escolher já tem que arcar com as consequência de uma escolha que ainda não fez.
Talvez fosse bom se o mundo fosse como nos livros, onde no fim todo mundo é feliz e você fica com aquele gosto de uma bela história saboreada. Eu ate agora só sinto um gosto amargo chamado: Dúvida. É não saber pra onde ir, o que fazer com aquela proposta, que tema de TCC, estudar politica ou questões LGBT, otimizar o tempo ou aproveitar o tempo, mudar de emprego, em quem votar, em quem confiar, será que me apaixonei, será que ainda a amo, é recíproco, o quanto ela sente ainda por mim, o que eu vou fazer com a saudade amanhã, porque hoje eu não fiz nada, o que eu posso fazer pra ajudar ou será melhor não me meter? Nos livros tem respostas... E embora Sócrates tenha dito que não são as respostas que movem o mundo, mas sim as perguntas, confesso que tudo poderia ter no mínimo um pouco de ordem, como a ordem dos livros.
Texto inspirado no filme: Paranoia.
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