domingo, 8 de outubro de 2017

Tem, tem gente...

Tem gente que é ao infinito além e pra semprão. 
Tem gente que é uma dose extra de paciência e calma.
Tem gente que é péssima com as palavras, 
mas que quando fala é como se fosse a cola 
que faltava pra juntar seu coração que está ao meio. 
Tem gente que é o silêncio mais gostoso de se ouvir, 
o colo que mesmo distante se faz presente. 
Tem gente que tem aquele abraço, 
que para tudo pra te ver por 10 minutos, pra dizer com apenas um gesto: 
"Eu estou aqui, vem cá". 
É tem gente. 
Tem gente que você nem precisa dizer nada, 
não importa o que aconteceu, 
mas em quantos pedaços você está pra essa gente te ajudar a juntar. 
Tem gente... Ah se tem gente. 
Tem gente que é tão da gente 
que é capaz de nos doar mais do que colo, abraço, riso, ombro, 
é capaz de dar um pedaço do coração quando o nosso começar a falhar, 
é capaz de cuidar da alma sua alma que mais parece terreno infértil 
e fazer rosas lindas brotar. 
Tem gente que é foda, 
e eu não estou falando de trepar. 
Pra essa gente gostosa.... O meu obrigada.
#AsTrês!
RPC!





Crianças...

Lembra quando eramos crianças e brincávamos horas a fio naquele parquinho? Nossos pais nos obrigavam a ir naquele lugar horroroso, cheio de egos e crianças mimadas, vez ou outra encontrávamos alguém com quem pudéssemos conversar e ser nos mesmos. Nessa brincadeira de parquinho nos encontramos, e de um jeito diferente nos tornamos amigos. Éramos jovens, crianças imaturas, e nos odiávamos, mas estranhamente gostávamos de ficar perto um do outro. Você era uma companhia detestável, mas eu era uma criança tão mais detestável, que adorava ser o pior que poderia ser e tornar tudo mais detestável pra você. Foi diante de nosso ódio mútuo que nos apaixonamos. Duas crianças apaixonadas, apaixonadas em um parquinho. Lembra que um dia um passarinho cantou pra nós? e daquela vez que pintamos o meu cabelo de azul com crepom? Talvez você se recorde do dia em que eu te liguei escondido do celular dos meus pais? E quando fumamos juntos o nosso primeiro cigarro? Talvez você se lembre daquele beijo tímido de principiante, e aí? Éramos tão jovens, mentirosos, com egos inflados, um querendo ser mais orgulhoso do que o outro, e agora, como diria Zimbra: "as coisas não estão como a gente sempre sonhou"... "E te confesso, você me engana tão bem, eu finjo que acredito. Eu gosto de mentir também, eu só não admito". 




Limpeza de Pele

Tem dias em que tudo o que você precisa é uma limpeza de pele. Algumas pessoas falam que de nada adianta querer limpar a pele, pois isso não limpa a alma, mas às vezes, uma limpeza de pele é tudo o que a gente precisa. É claro que não vai limpar sua alma, a alma que você é não vai mudar drasticamente porque foi feita uma limpeza de pele, mas vai melhor, sabe? É como precisar limpar pra se enxergar melhor. Uma limpeza de pele é o início pra que você limpe sua alma. É como ter feito uma longa viagem e sua casa ter ficado para trás, sujeita a todo o tipo de sujeira, um ano viajando  sua casa recebendo todo o tipo de poeira, sendo visitada por todos os tipos de bichos, inclusive um pouco de lodo aqui, ramos brotando ali, uma casa em que para limpar por dentro, você precisa começar a limpeza por fora. Às vezes não conseguimos limpar de dentro pra fora, porque está tão sujo lá dentro que alguém sequer consegue entrar para limpar, então precisamos começar a limpeza de fora. Assim é uma limpeza de pele, muitas vezes é dela que precisamos para enxergar melhor a alma que somos.. Às vezes tudo o que a gente precisa é de uma limpeza de pele. Precisamos mergulhar embaixo do chuveiro, molhar os cabelos, lavar fio por fio, conhecer melhor o nosso corpo, lavar e cuidar de cada parte e se sentir. Se sentir, sim! Porque no corre corre do dia a dia a gente mal se sente, mal se toca, mal se permiti sentir. A gente se trata de qualquer forma, não conhece o próprio corpo. Sendo assim, às vezes, de fato, o ponta pé inicial, tudo o que a gente precisa é de uma limpeza de pele.

Preta e Ruiva

Se você não vem comigo, nada disso tem valor 🎶 Elas vão se estranhar, então não estranhe caso algum dia uma esteja com a pá virada surtando com a outra. Elas vão se estranhar, é normal quando se vive algo por inteiro, genuíno e de forma tão intensa. Alguém aí falou em intensidade? Disso essas duas entendem bem. É o vermelho da paixão, da vibração, daquele sol se esvaindo no fim de tarde contracenando com o preto que vibra dançando ao redor da lua, que é a noite que chega de forma gostosa trazendo aquela paz na alma que te convida pra descansar. Elas vão se estranhar, mas a cada dia vão se amar, amar mais, porque como diria Ana Carolina, elas foram feitas pro amor da cabeça aos pés e se tem uma coisa que uma faz com a outra é se doar. Doam sorrisos, colos, abraços, longas conversas e segredos confidenciados entre o vermelho intenso que uma é e o preto aconchegante da outra. São abraços de urso, silêncio, olhares, reciprocidade. Elas vão se estranhar, mas ainda mais vão se amar, porque quem não sabe que a Ruiva combina perfeitamente com a Preta e a Preta é um belo encaixe pra Ruiva ainda não viu essas duas contemplando o paraíso juntas. E de que vale o paraíso sem amor? Elas são o próprio amor.


domingo, 1 de outubro de 2017

Dolorida demais pra formar um título.



       Hoje eu coloquei Cícero pra tocar, ele sempre me paralisa, suas músicas me fazem pensar, pensar demais. Me colocam em um estado calmo de desespero, sim! É como se toda a agonia do meu coração quisesse sair gritando porta afora e ele em sua voz melancólica, em suas músicas calmas batesse de frente com a minha angústia e tentasse mostrar uma forma diferente de se desesperar. Então minha agonia briga "pelo interfone", não sabe se toma "açúcar ou adoçante" e se sente como um "vagalume cego" que sequer pode contemplar sua própria luz. Que triste! 
    E eu me vi formando um texto na cabeça, um texto sobre desistência, sobre antecipação, P.R.E.M.A.T.U.R.I.D.A.D.E. Mas não era sobre algo prematuro no sentido de nascimento, mas no sentido de morte, aquilo que é encerrado antes do tempo, que morreu prematuro. Não, não é sobre morte, é sobre assassinato. O texto estava pronto, falava sobre você, sobre mim, sobre nós. Abri o notebook, sentei na minha melhor posição de escritora, com um blusão sobre o corpo, a manga dele caindo, despindo o ombro esquerdo, mostrando o dorso, a parte alta do seio, as pernas entrelaçadas, coxas nuas, cabelo semi-amarrado, faltou o óculos, confesso! Mas estava confortável. Abri o blog, digitei o título e parei. Minhas mãos estavam paralisadas, eu sabia o texto, li e reli várias vezes em minha cabeça, mas não conseguia, não conseguia começar, não conseguia colocar pra fora. 
Paralisei! 
      As lágrimas começaram a rolar e os olhos se arregalaram um pouco quando percebi, percebi que se eu colocasse no papel ele se tornaria real, ele sairia da minha mente para o mundo, o meu pequeno mundo cheio de letras, onde meus textos possuem uma importância peculiar pra mim, lembra? Você uma vez me disse isso. Você estava certa. E eu ainda não consegui assassinar alguém com determinadas palavras. Ainda não consegui matar você, nós, sentimentos e de quebra me suicidar. 

domingo, 10 de setembro de 2017

(S)alada, (A)mor, (Ú)midos, (D)eus, (A)mortecer, (D)or, (E)stivesse.

Hoje eu chorei de saudade. E depois de chorar, sorri. Abri o sorriso mais largo e puro já pude tirar por entre os lábios. Depois a lágrima voltou a escorrer, dessa vez, entre as expressões do riso elas bailavam, faziam o contorno e caiam molhando a gola da blusa. Por um segundo tive vergonha, deslizei levemente a cabeça para o lado e enxuguei as gotas na manga da blusa. Mas elas eram tão teimosas... Ah, lágrimas. Foi assim que passei a aprecia-las. Abracei o sentimento. SAUDADE. É o que sinto. Saudade da Salada que nossas conversas faziam, da mistura gostosa de Amor. Eu posso dizer que hoje, ao me ver contempla-la sozinha, a lua chorou, chorou e teve que abrir um guarda-chuva porque as estrelas acompanhavam essa melodia tão triste. De olhos Úmidos, o coração doeu. Ergui a cabeça e sorri para o céu, a noite pareceu devolver o sorriso triste, pedi a Deus por proteção, logo eu que tanto duvido dele... Confesso, eu precisava me agarrar a algo, a alguma coisa para além de mim, algo tão divino que soasse milagroso  soasse e pudesse Amortecer a triste realidade que grita: Saudade. Há muito não tomava um banho de chuva, e foi ele que levou embora as lágrimas e um pouco da Dor. Desejei que você Estivesse aqui, decerto tomaria banho comigo, dançaríamos uma música de Tiê, pularíamos poças sorrindo e diante de nós, o clipe "a melhor parte de mim" faria jus ao momento. Olha só. Salada, Amor, Úmidos, Deus, Amortecer, Dor, Estivesse... Tudo grita: Saudade. E nessa Salada chamada vida, eu sei que tem muito amor, recorro a Deus com os olhos Úmidos, talvez só ele possa Amortecer a Dor que gritaria até mesmo se eu Estivesse mudo: SAUDADE. 

Sobre o amor...

Amor é sobre consistência. 
Não tem um botão que você aperta e diz: 
"eu amo ela".
É o acúmulo de pequenas coisas. 
É o bom dia que você faz questão de dar assim que acorda, 
é quando você liga e faz questão de saber como foi o dia dela, 
é o fato de você fazer questão de vê-la, 
é quando você compartilha um momento com ela, 
desde os tristes aos alegres. 
É você fazer questão de dar boa noite. 
É você lembrar dela no seu dia 
e depois questionar se ela também estava pensando em você.  
É aquela música que você escuta 
e manda pra ela porque você quer que ela veja o que você vê 
e sinta o que você sente. 
É compartilhar... 
É você ter um universo cheio de pessoas 
e ainda assim escolher a continuidade com ela... 
Escolher pousar ali,
do lado dela e ser ela a pessoa com quem você, 
mesmo sempre querendo estar só, 
olharia com ela o arco-íris se formando no céu.  

domingo, 27 de agosto de 2017

Ainda...


O segredo não vai estar em quantas vezes sorrimos uma pra outra, dissemos palavras bonitas, nos declaramos cheias de amor nos olhos e nas palavras. O segredo não vai estar no gosto doce dos nossos lábios quando se encontrarem, no amor que juramos uma a outra ou naquela música apaixonada que você colocar pra tocar pós-sexo. O segredo, não vamos encontrar naquela ligação cheia de saudades, muito menos no abraço repleto de emoções. O segredo não está no carinho que damos uma a outra, nas trocas de olhares, nos momentos felizes e repletos de sorrisos. Sabe onde estará o segredo? Quando o café esfriar, o olhar se tornar triste, quando uma quiser ir embora da outra, os lábios não se encontrarem mais, as brigas se intensificarem, a vontade de ir embora for maior do que a de ficar, quando as fotos perderem a cor juntamente com o olhar de uma sobre a outra, quando o carinho se resumir a um beijo de até mais e o olhar de uma sobre a outra for pior do que o inverno em Antártida. O segredo está em esquentar o café, e se não der? Fazer um novinho, quente, e lembrar que assim sempre foi o nosso amor. O segredo está em refazer o olhar, os beijos, os abraços e o carinho. O segredo está em ficar quando quiser partir, em abraçar forte quando a briga se intensificar, em dizer: "estou aqui, por nós". O segredo está no recomeço, no ainda fazer acontecer, no ainda pintar com as cores mais coloridas esse amor que desbotado está, no ainda juntar todos os cacos e fazer deles a escultura mais linda sobre uma história de amor que alguém poderia ver e sentir, no ainda usar de estratégias para fazer acontecer, no ainda ter atitudes dignas de um filme de romance, mesmo que a outra tenha o lado mais sombrio que você já viu, digno de um filme de terror. O segredo está no ainda querer continuidade, por saber que ainda tem sentido, amor, jeito... Ainda... 

Porque amor que é amor, a gente não desiste porque algo nele quebrou, a gente conserta. 
É aí onde o segredo está...  No ainda querer consertar aquele amor. 





domingo, 20 de agosto de 2017

Sinal de fumaça...


Na sala de reuniões o celular vibrou. Puxou o objeto da bolsa e respirou ao visualizar a tela: "É ela", Camila pensou. Olhou para as pessoas sentadas a sua frente, pediu desculpas seguidas de um com licença e rapidamente percorreu os corredores da instituição onde trabalhava. Logo tratou de entrar no primeiro banheiro que viu, o banheiro da copa. 
"Oi" disse tentando disfarçar o tom embargado. 
"Oi", alguém disse do outro lado da linha. 
Camila respirou profundamente tentando dizer algo e não conseguiu, seus olhos percorreram aquele cubículo em que ele estava, sentia o peito apertado e se perguntava se realmente deveria ter atendido a ligação (Ah, Camila, agora é tarde, você já atendeu). 
"Camila?" a voz no aparelho lhe tirou do transe de sua própria mente.
 "Oi, Júlia". 
"Deixa pra lá, vai? De nada adianta esse papo de agora não dá. Você sabe que esse lance de um tempo nunca funcionou pra nós duas". A voz de Júlia era firme, mas ao mesmo tempo doce, um doce convidativo, daqueles que Camila adorava. 
Camila queria correr para os braços dela, mas não podia, não dessa vez. "Não, Júlia. Não dá mais". 
"Ok. Camila". O orgulho tomou conta de Júlia, mas ela precisava saber da garota que amava, não podia deixa-la ir assim. Sua voz ficou dura, mas as palavras eram de amor "Então, sempre que der mande um sinal de vida de onde estiver dessa vez, qualquer coisa que faça eu pensar que você está bem ou deitada nos braços de um outro qualquer". 
"Então você acha que isso é melhor? Eu não vou ficar alimentando essa dor, Júlia. Chega, acabou". 
"É isso mesmo que você quer Camila? E sim! É melhor do que sofrer de saudade de mim, como eu tô de você, pode crer. Que essa dor eu não quero pra ninguém no mundo, Imagina só pra você". Ela respirou profundamente e continuou. "Quero é te ver feliz, mesmo que seja nos braços de um outro qualquer, desde que te faça bem. Quero te ver dando volta no mundo, aproveitando a vida. E eu vou continuar rezando pra um dia você se encontrar e perceber que o que falta em você sou eu". 
Camila sorriu com as últimas palavras da garota. "Você sabe que está sendo contraditória, né?". 
Júlia sempre foi inteligente, tinha uma conexão forte com Camila ao ponto dela lhe mandar uma música e a garota focar justamente na parte que Camila gostaria. Uma completava os pensamentos da outra, intensas, dramáticas, dignas de um filme de oriental (os melhores). 
"Sim, eu sei". Júlia respondeu. "Deixa o orgulho de lado, garota. Eu estou aqui, para". 
"Não, Júlia. Chega. Eu não vou dar sinal de fumaça, acabou. Para. Vou desligar". 
"Então diz, diz Camila, diz que você não me ama mais". 
O silêncio se fez durante alguns minutos e ela sussurrou: "Eu não te amo mais".
As lágrimas escorreram sobre o rosto de Júlia, e mal sabia ela que durante o silêncio elas já escorriam sobre o rosto de Camila. "Aguenta firme", Camila pensava. Não queria demonstrar o choro, a fraqueza, a dor, a saudade e aquele amor querendo gritar: "Fica, eu te amo". 
"Ok! Camila". 
"Então é Adeus". Adeus, aquela palavra que Camila odiava, mas precisou fazer uso. 
Júlia só conseguiu sussurrar: "Adeus". Nada mais, nada daquele sentimento que explodia em seu peito. 
Antes de desligar Camila respondeu: "Vê se não morre, toma cuidado, mande notícias, seja um sinal de fumaça". 
Júlia se viu no meio fio da rua entre lágrimas, dor, um vinho barato sobre os pés, o cigarro em uma mão e o telefone caído ao chão. Mas diante daquelas últimas palavras de Camila, ela sabia, sabia que aquele "eu não te amo mais" foi a frase mais falsa já pronunciada pela garota que ela amava. 
E Camila? Ah... Camila enxugou o rosto, segurou as lágrimas, deu uma olhada no espelho e voltou para a reunião. 
A noite elas estavam em camas separadas, mas seus travesseiros pareciam o mesmo, molhados, amassados, testemunhas do enterro de sentimentos fortes demais para serem vividos por garotas tão intensas, mas ainda pequenas. 

3 anos depois o celular de Camila vibrou. na mensagem dizia: Estou bem e espero que você também esteja bem. Esse é o meu sinal de fumaça. 
Ela discou o número, alguém atendeu. Era ela. A voz dela. 
"Alô?"
"Esse é o meu sinal de fumaça" 
"Oi". Aquele Oi não era um Oi qualquer, era um Oi seguido de um "Camila", e não demorou muito para que ele aparecesse. 
"Oi, Camila". Júlia repetiu. 

E elas continuavam pequenas, porque não percebiam que só seriam grande juntas. 

Vai!

Se estás indo embora, vais! 
Vai, por favor. Vai! Mas vai sem olhar pra trás. Leva contigo aqueles abraços em dias frios, aqueles olhares desnudos da alma, aqueles risos bobos pós beijos. Na mala, por favor, coloca as lágrimas que não cabem mais aqui. Puxa a toalha da história que bordamos, pode levar também. Junto com ela leva aqueles talheres que usamos para saborear sonhos, medos, incertezas, sentimentos e palavras. Por falar em palavras, juntei todas em um potinho... Meu amor, te amo, saudades, saudades da sua voz, dorme comigo? Entre outras. Leve! São suas, sempre foram. 
Por favor, vai! Comigo deixa apenas o meu coração. Deixa esse pequeno botão que de tanto você rasgar e deixar cair no chão respira sufocado... não tem agulha e linha que o remendem aqui, em mim. Vai! Vai, mas deixa ele. Deixa que dele cuido eu, que dele serão meus beijos, carinhos e abraços. Que talvez esse botão não precise de agulha nem de linha... Precise de quem realmente o regue com cuidado. 
Vai! Mas não olha pra trás, esquece meu nome, meu endereço, telefone... E até aquele retrato guardado no bolso da sua mente, rasgue-o! 
Se um dia você me quis o mínimo bem, se vai, não volte do nada, por acaso, pois meu coração não é circo, embora desse circo eu tenha sido a única feita de palhaço.


Precisamos falar sobre FRANKIE

Na série Grace and Frankie, Frankie é uma mulher na faixa dos 70, mas está longe de ser dessas velhinhas que ficam na cadeira de balanço tricotando (nada contra). Ela é intensa, pinta, dança, canta alto, come sem culpa, ama sem culpa, fala gírias, é sincera e mente aberta. Não esconde suas falhas, seus medos, nem faz transferência de culpa. Frankie é incrível. Uma mãe compreensível e dedicada, uma esposa amiga e uma amiga que "todos" gostariam de ter. Ela faz misturas estranhas com a comida, gosta de balões (aaah Frankie, te entendo), é criativa, usa roupas fora de moda, mas que a fazem se sentir bem, tem seu próprio estilo, faz o que ama, fuma maconha, tem a mente aberta, ri quando quer rir e chora quando quer chorar (isso é importante), todos os que a conhecem logo a acham estranha e louca. E sabe porquê precisamos falar sobre Frankie? Porque em um mundo onde somos obrigados a agir como querem, pensar como querem e cada dia nos afastarmos de nós mesmos, ser Frankie é uma raridade. Frankie é uma mulher que tem gostos estranhos, medos estranhos, um estilo de vida que muitos condenam, mas é ela, ela mesma, do jeito que quer ser e dane-se o resto. Ela não tem meias palavras e é apaixonante por isso, porque ser quem você é só causa duas coisas nas pessoas: paixão ou sentimento de repulsa por não conseguir ser igual. Quem não se apaixonaria pela alma que Frankie é? Tao desnuda, tao ela, tão apaixonada por si mesma. E ela está longe de se conhecer, viu? Mas isso é divertido, porque todos os dias ela está disposta a aprender mais sobre si mesma, sobre o outro e o mundo. Frankie se basta, e por se bastar conheceu Jacob, ela não precisava de um homem para se autoafirmar, ela ficou com ele porque quis ficar, porque gostou... E sabe do que ela gostou? De Jacob a transbordando mais do que ela já trasbordava, dele  a compreendendo e fazendo parte das suas loucuras. Jacob é alguém cuja pupila dilata, e não estou falando de sexo, estou falando de aceitação, presença, sentimentos bons, companheirismo, estou falando de admiração pela mulher que Frankie é, estou falando de um patamar do amor que poucos conseguem chegar. Não importa se Frankie usa verde e Jacob odeia verde, é o gosto dela, existe respeito. É Frankie quem ele ama, e a roupa ele pode tirar! Falar sobre Fankie é uma delícia, ao escrever sobre ela parece que estou vendo aquele jeito contemplativo, único e cheio de liberdade. Ela se basta! E foi assim que se tornou a minha referência de mulher adulta. Ela é admirável! 

É normal sentir tanta saudade assim? É algo que não cabe em mim, parece que a qualquer momento algo vai vir do meu estomago, passar pela garganta e explodir boca a fora e eu vou sussurrar: "saudade". Não! Eu não conseguirei gritar, parece algo sufocado, mas não me sinto sufocada, só a quero aqui pra matar isso que me mata. É como se um buraco estivesse se abrindo dentro de mim e a mínima aparição dela é capaz de fazer com que tudo pare. Saudade me consome, me corrói, me devora por dentro. É o riso dela, o jeito como ela dá bom dia, boa tarde e boa noite, os lábios dela sobre os meus, quando ela pergunta se pode me beijar, é o olhar dela pairando sobre mim e eu tentando desviar o quanto fico desconcertada, é sua voz, o jeito como ela me chama de Pry, a forma como ela discute comigo, como tenta resolver as coisas, como diz que me ama. Aaah. Essa saudade é amor... E dessa vez não vou escrever mais um texto pra dizer que morro de saudades porque a amo por inteiro, é tão somente porque quero vê-la, esteja onde estiver, é tão somente porque a primeira coisa que quero ao  fechar e abrir os olhos é vê-la, poder tocar seus lábios com os meus, beijar sua boca de forma suave, mas intensa de tão apaixonada, deslizar minha mão direita sobre a maçã do seu rosto, contracenar o meu olhar com o dela e dizer: eu te amo, ainda estou com saudade. 

Porque tem coisas que só se matam depois de um dia inteiro na cama.
                                                                                  E eu não estou falando de sexo.

Sob o olhar de uma criança...

F. 2 anos: Tia, o meu cabelo é cacheado, olha.
Eu: É... Igual ao meu.
F. 2 anos: Não, Tia. O seu cabelo é mais. É um monte de bolinhas vermelhas.

Precisamos falar sobre TITA


Tita tem 2 aninhos. Recentemente estava na piscina de areia com ela, construíamos castelos com baldes e mais baldes de areia. Enchiamos o balde, viravamos, batiamos e voilá, lá estavam as torres do nosso castelo. Mas toda vez que o castelo ficava pronto Tita o destruia com avidez, metia a pazinha sem dó nem piedade. Comecei a me chatear com Tita, que não deixava o castelo ali por muito tempo para ser apreciado. Mas passei a perceber algo incrível, Tita destruia o castelo, mas logo começava a encher novamente o baldinho e reconstruir o castelo, por diversas vezes. Tita não estava preocupada com o castelo, mas com o processo, a graça de fazer, de montar, de encher o baldinho, ver o castelo lindo e desfazê-lo para então refazer. Tita não estava destruindo, ela estava construindo muito mais do que eu ou você já pudemos ter o discernimento em aproveitar o processo, em ver o produto final e não se apegar ao fim, em não precisar do fim para se sentir realizada. Essa semana eu aprendi com Tita. Aprendi sobre reconstrução, sobre aproveitar o processo, sobre desapego.

Amanda









Vai, menina. Desapaixona enquanto ainda é tempo.
                     Desama, enquanto ainda é tempo.
                     Esquece o tempo...
                     O tempo de vocês passou faz tempo.
                     Então porque você ainda continua tentando?
                     Saiba a hora de parar
                     E PARA!
                     Você vai se machucar de novo,
                     De novo
                     E de novo!
                     Desagonia, desama, DESENCANA!
                     Ela não é pra você, ela não é "Amanda".  

EU MEREÇO ESTAR COM ALGUÉM COMO VOCÊ.


Eu estou apenas engatinhando nessa coisa cheia de sentido e sem sentido chamada amor. Eu ainda tenho muito o que aprender, mas eu mereço alguém como você. 
Eu mereço acordar e sentir seu braço sob o meu pescoço, me aninhando em seu abraço, eu mereço esse seu riso quente e sua gargalhada mais gostosa, mereço seus olhos sobre mim, que me descosturam completamente fazendo-me sentir nua. E quero me sentir cada dia mais nua com você, quero despir minha alma e deixar que você me conheça por completo, que a cada dia você tire uma peça de roupa e descubra uma nova parte de mim que você imaginava não existir. Quero compartilhar meus medos, anseios, conquistas e sonhos com você. 
Eu mereço alguém como você, alguém que vai ter a coragem de atravessar a cidade pra me encontrar, alguém que vai aparecer de surpresa no trabalho, na universidade, no meio do meu caminho, só pra dizer que me ama e dar aquele beijo que puxa os meus lábios de forma lenta, toda apaixonada. Garota, eu te seguiria para qualquer lugar, eu realmente mereço alguém como você. Alguém que vai questionar com quem eu estou falando, o porquê de não ter atendido a ligação. Alguém que vai morrer de ciúmes, mas que mesmo assim vai dizer: "Eu confio em você, vá". 
Eu mereço alguém como você, que vai mudar um pouquinho a cada dia porque quer ser o melhor que pode ser, não por mim, mas por si mesma, por nós. Alguém que vai rever cada partícula de si para que as coisas caminhem bem. Eu mereço alguém como você, alguém que vai dizer: "Para de ironia e fala sério comigo", alguém que vai falar baixinho mesmo diante de uma briga, que vai sentar e dizer o quanto eu estava errada, que no outro dia vai questionar: "Você pensou no que eu te falei"? Eu mereço alguém como você, esse alguém que vai chorar só de pensar que pode me perder, alguém que não vai desistir, que vai ficar mesmo quando eu disser pra ir, e que está disposta aprender que quando eu digo vai é porque eu quero que fique. Alguém que me abrace e dê colo. Alguém que vai apontar meus erros de um jeito todo carinhoso e dizer que quer apenas que eu pense neles. Eu realmente mereço alguém como você, alguém que mexe com todas as minhas emoções, que me faz sentir viva, confusa e ao mesmo tempo me descobrir, descobrir que tem mais em mim do que eu imaginava que tinha, alguém que vai me fazer baixar as armas, guardar a armadura e desejar parar de controlar os meus sentimentos. Eu mereço alguém como você, que me mostre o quanto a vida ainda tem pra me oferecer, que seja tão mais confusa do que eu e ao mesmo tempo me ofereça encontros comigo mesma. Eu mereço estar com alguém como você, garota. Alguém que me faz engolir o orgulho, que não me deixa desistir. Uma vez disseram que você era o meu precipício, e logo eu que não gosto de arriscar, que não gosto de pular no desconhecido, eu pularia nesse precipício chamado você. Porque eu mereço estar com alguém como você. 

Então... Diga alguma coisa, eu não estou desistindo de você. 


A Great Big World, Christina Aguilera - Say Something.

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Eu volto pra te abraçar sem sentir o peito pulsar

Olha, eu estou indo embora, mas não se assusta, não. Estou deixando aquele caderno todo escrito a mão. Quando sentir saudades abra uma página e leia algo que escrevi pra você. Ele é repleto de textos, poemas, versos, músicas, pequenas frases e palavras, tudo sobre você, sobre nós, pra você. Escritos a mão com uma caneta rosa. Não! Não passei a gostar de rosa, mas sei que você gosta e a cor até me lembra você, um rosa vibrante, como o tom dos seus lábios. 
Veja bem, o próximo ônibus é o meu e eu não posso me atrasar, resolvi viajar pelo mundo afora, levo na mala um potinho cheio de você, espero em cada cidade visitada deixar um pouco de você por lá e quando voltar poder te abraçar sem sentir o peito pulsar. 
Veja bem, no primeiro dia você vai se negar, vai jurar que logo, logo pela janela eu vou entrar. 
No segundo você não vai acreditar, vai dizer que eu te abandonei, mas que logo, logo vou voltar. 
O terceiro, quarto e quinto você ainda manterá essa esperança nos olhos, até que pouco a pouco ela vai se apagar. A saudade vai tomar conta, eu sei que vai, mas acredite, vai passar!
No décimo dia você talvez tenha perdido o brilho nos olhos e o sorriso nos lábios, a noite você vai  se lembrar de mim dizendo que te amo e falando que vou dormir. Pela manhã você vai olhar o celular e sentir falta de quando eu te acordava e elogiava sua voz de sono... Você vai chorar, ah vai. Vai esbravejar, me xingar, me culpar, mas eu estarei longe, não poderei escutar.
Eu: Talvez não seja nessa vida ainda, mas você ainda vai ser a minha vida. Então  a gente vai fugir pro mar... 🎶
Ela: Pro mar não, ta frio... Aí vamos congelar no oceano igual ao titanic.
Eu: É... E você vai soltar minhas mãozinhas e eu vou lá pro fundo do oceano e você vai chorar: Oh, Pry. Oh, Pry.
Ela: Não. Você vai ficar em cima da tábua comigo.
Eu: Mas não cabe.
Ela: Cabe, sim. Eu fico por cima de você.

A você que decidiu pousar, 
fazer ninho no meu peito 
e tricotar um laço comigo. 
A você que nos dias mais frios 
se faz de cobertor 
e nos dias mais quentes 
se transforma em ventilador. 
Eu queria dobrar a esquina e ver seu sorriso. 
Aquele riso aberto dos seus olhos, 
aquele sorriso nervoso 
que faz suas mãos transpirarem 
e você coloca a culpa na hiperidrose. 
Aquele riso de saudade 
que também se instala em mim, 
que ao te ver apenas ameniza,
mas não passa. 
Não passa de jeito nenhum. 
Eu queria? 
Não! 
Eu quero. [...] 
Quero sempre dobrar a esquina e dar de cara com você.




Logo eu...

Engraçado, logo eu que nunca gostei de criança passei a gostar do filho dela. Logo eu que odiava choro de criança passei a procurar entender o choro dele e até defende-lo na hora em que ela dizia: "Isso é birra, drama, é manha". Logo eu que revirava os olhos quando uma criança parecia querer atenção, passei a dar atenção a ele, mandar beijo, querer falar com ele e perguntar: Como ele está? Logo eu que não gosto de criança achei uma criança de quem gostar. Foi assim que passei a me perguntar o porquê. Será que é porque gosto dela? Não! Nenhum gostar me condicionou a gostar de algo mais, isso aqui não é uma venda casada, um gostar casado. Não! Eu passei a gostar dele porque ele é um pedaço dela, e eu gosto de qualquer pequena partícula em que ela esteja. E aquele pequeno me parece ser absurdamente insuportável como ela... E por isso... Adorável. 

quinta-feira, 20 de julho de 2017


Amar você as vezes me cansa... 
É como viver em um mundo de incertezas, 
é como dormir e não saber onde vou acordar, 
se em um campo repleto de rosas 
ou em um mar a deriva cercada por tubarões. 
Pra cada sumiço poderia haver um explicação. 
Para cada silêncio poderia haver um "Agora eu preciso ficar sozinha". 

A gente até tenta, mas.... Nós somos absurdamente diferentes.
Dizem que peças iguais não completam quebra-cabeças, 
mas e quando somos peças diferentes de quebra-cabeças diferentes?



E talvez se você soubesse o quanto isso me faz mal, não agiria assim.


Eu sempre me emociono quando falo dela 
e espero ainda me emocionar muito, 
me emocionar ao falar seu nome, 
ao contar nossa história, 
ao dizer que a amo. 
Porque quando eu não mais me emocionar 
significará que não sinto mais nada, 
e sentir tudo isso é maravilhoso. 
É recíproco. 

domingo, 16 de julho de 2017

Mudanças...

Agora ela mesma paga suas contas, arrumou um emprego, começou a tomar café, com leite, mas café, amanhã aposto que ela estará tomando ele puro, porque hoje ela está assim, propensa a mudanças. Ela se livrou dos amores complicados e que sempre a levavam para o buraco chamado "falsa esperança", ela agora fala o que pensa, trabalha com a verdade e não tem receio do que a sociedade vai pensar caso ela saia com um penteado diferente ou sem pentear o cabelo. Ela não tem mais medo de pegar na mão de uma garota em público. Ela abriu um blog, começou a escrever seu próprio livro e agora até gosta de crianças. Ela não faz mais questão de que ninguém fique, ela está passando a ser tão dela que até chorar e se permitir emocionar, sem vergonha disso, ela passou a fazer. Ela também se permite ser fria nas coisas que as pessoas mais acham comovente, ela sempre foi assim, fria para determinadas comoções humanas, a diferença é que agora ela não se preocupa em esconder para que as pessoas não a chamem de insensível. Ela sabe que não é, e é isso o que agora importa. Ela trocou o teto do quarto pelo céu da praia, passou a visita-la mais vezes, passou a se visitar mais vezes. Ela, ah... Ela trocou até a cama pela namoradeira da varanda, a varanda que dá pra rua, onde é possível sentir o vento brincando por entre suas pernas nuas. E ela continua mudando, mudando tanto que talvez ao terminar esse texto ela já tenha feito outra tatuagem, dessa vez, na alma. 

sábado, 15 de julho de 2017

Ela 1. Aproveita minha presença.
Ela 2. É?
Ela 1. É, ue. Sempre demoramos tanto pra nos ver.
Ela 2. Pois é. E por isso eu tenho que ficar nesse desespero de aproveitar sua companhia, sua presença, seu beijo, seu carinho. Olha... Eu não estou dizendo que esse "desespero" é ruim... Às vezes é ótimo sentir essa adrenalina do "o seu tempo está acabando", mas é às vezes. Viver desesperada é tão ruim, é como sempre estar com o relógio contra você, é a sensação de ter comido algo as pressas por conta da fome e nao ter tido a possibilidade de saborear cada sensação causada no paladar. É se apegar aos momentos mais simples, não que eles nao sejam importantes, mas deixamos de construir uma história para construirmos momentos. Um beijo, um carinho, sua presença, a pressa em consumir cada pequena partícula da sua companhia na vã tentativa de mais tarde, quando estiver sozinha, ter ao que me apegar. Desculpe... Mas dessa vez, não quero "aproveitar" a sua companhia.

Pra você dar um nome...

Eu ainda vou acordar em uma bela manhã de domingo e vou pegar o primeiro avião até você, na bolsa levarei algumas roupas, poucos acessórios necessários e aquele livro que eu vi e imaginei que você adoraria lê-lo comigo. Ao me ver você irá se admirar em como eu consegui sair apenas com uma mochila nas costas, eu vou rir e dizer que muita coisa mudou, mas que quero pegar em sua mão e te mostrar tudo. No meio do caminho eu vou te ligar e pedir: "Me pega no aeroporto?" Você não vai acreditar, aposto que vai até chorar, e acredite, eu choraria com você. Na mala do meu coração eu estarei levando algumas lágrimas de saudade, levarei também uma playlist só nossa, cheia de Armandinho, irei cantarolar tanto que quem estiver ao meu lado no avião vai me pedir para eu parar, mas quando menos perceber estará cantarolando comigo. Eu contarei ao meu companheiro de viagem que estou indo te ver, e ele, como todos os outros, ficará admirado com a força desse amor. Eu vou dormir durante o voo, vou dormir ao som de Fast Car. Mas eu chegarei lá, chegarei lá com a melhor câmera do mundo em minhas mãos e é com ela que eu vou te procurar, meus olhos. Eles irão percorrer cada centímetro daquele aeroporto, mas é você quem vai me encontrar, me abraçar, chorar, vamos chorar, depois vamos rir, rir de tudo e todos, rir de nós, do quanto somos bobas, idiotas e apaixonadas uma pela outra. Você vai pegar meu celular e Fast Car ainda vai estar tocando, você vai gostar do som e não demorará muito para estarmos no carro cantando gritantemente em um inglês ruim, porque a gente é assim. Você vai parar, me olhar com aquele jeito doce e apaixonado, eu vou enxugar as lágrimas que insistirem em cair, tanto as suas quanto as minhas, e vou te mostrar esse texto, você vai rir e perguntar: "Mas qual é o nome dele, não tem título? Eu vou te olhar com aquela expressão que você conhece bem e dizer: É pra você dar o nome. É pra você dar o nome... <3 

Sobre Saudade...


Algumas saudades nunca serão entendidas, principalmente daquelas pessoas que estão tão perto, que vocês têm tudo pra se ver, se encontrar, se amar, mas vocês estão sempre tão distantes. Dá pra entender? Isso soa tão lógico e ao mesmo tempo tão contraditório que até dá pra sentir o cérebro dando nó. 
Saudade é quando você está em uma festa e por mais bêbada que esteja, por mais que não consiga se lembrar de metade do que fez ou disse, você se lembra dela. Você para no meio de uma dança, de uma música, de um abraço e se pergunta onde ela está agora, o que ela está fazendo. E mesmo sabendo que ela não está ali você a procura no meio da multidão, como se a qualquer momento pudesse dar de cara com os olhos dela e sua silhueta vindo até você no salão. Talvez saudade seja isso, esse engano, essa crença de que algum dia você poderá mata-la mesmo sabendo que não vai. 
E como não enlouquecer com isso? Talvez escolhendo não mais sentir. É uma opção.

Alguém...

Acho que no raso a gente só quer mesmo alguém que insista na gente, alguém com quem a gente pode ser para além de quem verdadeiramente somos, com quem poderemos baixar todas as armas, jogar fora todos os escudos e palavras duras que usamos como autodefesa. A gente só quer alguém para quem poderemos mostrar cada pequena fraqueza, cada um dos nossos piores monstros, alguém que não vai rir do nosso medo de escuro, do nosso medo de ficarmos sozinho, alguém que vai nos abraçar caso acordemos assustados na madrugada, alguém pra chorar, chorar e chorar, sem que esse alguém diga que chorar é besteira, que devemos levantar e seguir. Alguém que diga: CHORE! Chore. Se permita chorar, eu estou aqui. No raso a gente só quer alguém que esteja sempre aqui, alguém pra quem vamos ligar e mesmo que demore uma, duas, três horas para retornar a ligação, esse alguém vai estar ali, pra você. Alguém que insiste, que não desiste na primeira, segunda ou terceira tentativa. Alguém realmente apaixonado por quem você é, pela alma, não por um corpo, um beijo, o que você pode dar a ele. Alguém que te enxergue para além do que você é, mas de quem você pode ser e se não puder, que se dane... Esse alguém só quer mesmo é estar com você, mesmo tendo a possibilidade de estar com qualquer outra pessoa. Alguém que não pergunte apenas como você está, mas que de fato queira saber como você está. Alguém que reconheça seu olhar, alguém com quem podemos mostrar o quanto somos frágeis e que na verdade toda essa força que a gente demonstra é um escudo, que somos apenas pele e ossos, algumas estrias e gordura, e tudo bem... Tudo bem pra esse alguém, porque ele é alguém quer ser o seu alguém, que não vai usar suas fraquezas contra você, que não vai rir delas, que vai te ouvir sem primeiras, segundas, terceiras, quartas e milhares de intenções. No raso a gente só quer alguém... Talvez EU só queira alguém, alguém que não seja eu mesma. 





sexta-feira, 31 de março de 2017

Desagonia



Desagonia, moça!
Sossegue o coração. Escute aquela música pra acalmar ou simplesmente ponha a mão no coração e pare para ouvi-lo tocar o som da junção do corpo que você tem com a alma que você é.
Desagonia, moça!
Respira fundo, conta até 3, se não for suficiente, respira de novo e conta até 10, mas conta. Conta e respira, inspira e calma.
Calma nessa alma que o dia mal começou, mas também não está longe de terminar.
Desagonia, menina!
Ainda tem tanta coisa pra ser vivida, um dia de cada vez, um passo por vez, pra não trambecar.
Desagonia, coisa linda!
Desagonia que o dia tá aí...
Lindo, pra você desagoniada saborear.
Aí eu liguei pra ela, mas ela não me atendeu. Minutos depois ela retornou e quando eu atendi perguntou: Você me ligou, foi?". Ali eu juro, juro que todos os problemas pareciam ter sumido... procurei um sequer, mas eles soavam tão ao longe... Pareciam distantes, pequenos... Grande mesmo era a doçura dela que parecia sussurrar: "Calma, vai dar tudo certo".

Eu posso esquecer do teu riso se formando por entre teus lábios, do barulho mudo da tua risada,do gosto do teu beijo, da sensação do teu toque na minha pele, mas jamais vou esquecer daquele boa noite com tom tão teu, tão marcado. Aquele que você sempre dava quando chegava perto de mim, principalmente quando eu estava acompanhada. O boa tarde e o boa noite mais gostoso de se ouvir, era como se tivesse algo por trás dele, e e eu sei que tinha...Tinha saudade, desejo, o riso nos lábios contrastando com a alegria em me ver.E eu sentia o mesmo, sentia as pernas bambas e as borboletas no estômago, ficava feliz só por te olhar... E agora... Isso tudo tão distante que me faz perceber que a vida é de fato feita de fases, algumas simplesmente passam. Você passou, deixando saudade, mas passou!



Quando a gente tem um dia péssimo, mas não pode ficar escondida na cama, enrolada embaixo do coberto, entende claramente o que Shakespeare queria dizer com: "Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte".

sexta-feira, 3 de março de 2017

Perdi...

...Você em algum ponto da minha vida... Da nossa vida. Perdi o nós, deixei cair a ponta do laço e até desfiz alguns traços de você aqui, dentro de mim. Perdi seu melhor riso, sua gargalhada mais alta, esses seus olhos cravados em mim. Perdi até o que não tínhamos, perdi aquele passeio que queria fazer com você, perdi os beijos que nunca te dei, o toque que sempre almejei. Perdi meu olhar em você, perdi o seu oi, seu melhor bom dia com voz de sono, seu boa noite me pedindo companhia. Perdi você que nunca tive, que foi muito mais do mundo do que em algum momento minha. Podia dizer que perdi o encanto, que parecia ser tudo e nem era tanto, e eu até já disse isso, acredita? Minto pra mim todos os dias, mas aqui não quero mentir... Se tem algo que não perdi, foi esse encanto por ti.



Ele já foi. Você? Não!


Foi Carnaval, e ele já foi. Mas você, você que eu desejei ver nos 3 primeiros dias, ainda não se foi de mim. Nos 3 primeiros dias, tão perto, mas tão longe. Eu acredito no universo, ele bem sabe o que eu sentia, me poupou que eu sentisse novamente. Mas lá fui eu... Os 3 dias te procurando em outros olhos, em outros corpos, em outras bocas. E aí, cadê você?
Eu desejei você na minha frente, desejei seu riso, sua pele branca, sua boca rosada. Desejei que meu Carnaval fosse você, desejei brincar nas ladeiras do seu corpo, dançar ao som do seu coração, me banhar no seu riso e fazer dele a minha serpentina. Mas olha só... Ficou no desejo... No desejo de 3 dias. No 4° a ficha caiu... Esse seu bloco já tinha partido faz tempo e eu cheguei tarde demais para acompanhar. E talvez, só talvez, pela primeira vez, chegar atrasada tenha sido a maior pontualidade da minha vida. 

Quem sabe na próxima?



Fica e eu te prometo uma xícara de chocolate quente no pior dia de inverno. Fica e eu garanto aconchego, abraço e carinho, não muito, porque eu sei que posso sufocar. Fica e eu deixo você ver qualquer bobagem na TV enquanto os meus olhos estarão grudados em cada pequeno gesto seu. Fica e eu prometo ser ombro, ser colo e abrigo. Fica! Fica hoje, amanhã e depois... Mas fica. 

quinta-feira, 2 de março de 2017

NOS MOMENTOS MAIS INESPERADOS 
CONHECEMOS AS PESSOAS MAIS (IN)ESPERADAS 
<3

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Porque tem dor que vira poesia ou a poesia que vira dor?



Eu só sei que sinto um aperto no peito ao vê-la desse jeito, me corrói por dentro minhas palavras não surtirem qualquer efeito. E até que surtiram, surtiram como um tiro no peito. A vi desgraçada, sem jeito, ela até tentou um recomeço. Recomeço sem mim, que não disse sim. Desculpa por ser tão cruel assim. "Maldita hora em que te conheci", você até deve pensar isso de mim.
Não sei o que é mais cruel, o meu não ou o mês que levei pra essa decisão. Te fiz de boba? Não, não! Juro que não.
Sinto muito se não levei o tempo em consideração. Ele voou tão rápido que a cada passo, compasso, eu me amassava dentro de mim, tentando dizer sim.
E eu quis, eu quis demais, mas na hora H... Dei pra trás.
Não foi por orgulho, não foi por liberdade, você deve até pensar que foi vaidade. Não, também não foi por isso, confesso que algo não me deixa correr esse risco.
E eu sei, eu sei que o risco maior estou correndo agora, te perder pode ser meu fim, esse seria meu pior castigo.
Você lembra dos mil anos? Lembra que eu te trouxe essa canção? Canção que nem o Mateus Alves ousaria cantar de tanto que cantei pra ti, só pra te ninar.
Eu sei, eu sei que não mereço perdão, como amar alguém e não lhe dar o meu coração?
Me desculpe por essa decisão tão dura tomar. Eu queria em teus braços morar, mas agora, agora neles não é o meu lugar.
E eu respiro... Respiro com pesar, a respiração ousa até falhar... Mas vá... Eu sei que você não quer mais ficar, me perdoa por desse jeito tão escroto te magoar.
Será que um dia a gente vai se encontrar? Eu mais decidida e você vai aceitar novamente ser meu lar? Não sei, menina... Sei que não quero que você vá. Se tem amor... Por que você não pode ficar? Agora, agora não posso, não quero namorar... Mas por enquanto, na amizade... Eu aposto que algo bonito florescerá.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Quando?

Se tudo acabou, quando eu vou ver o teu sorriso agora, menina?
Por que teve que ser assim? Como uma vírgula, sem um ponto final, sem de fato um fim.
Não da pra viver dessa vírgula quase reticências.
Quero um : "Sim! Acabou. Larga de mim".
Eu realmente preciso ouvir desses teus lábios que um dia beijei. Preciso ouvir você sussurrando que nunca mais te beijarei.
Vai negar que você se apegou a mim? Vai negar que você gostou de mim? Vai negar que no seu dia algo sempre lembra que eu existo e que você perdeu tudo isso?
Nega! Profana meu nome agora... O nome de quem um dia tu beijou e amou beijar... E amou se encostar, e amou tocar. E quis no quarto, no terraço, em qualquer espaço amar. Nega! Porque eu não nego que ainda hoje eu pensei em te...

Ligar.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Hoje? Nada!

"Amava o teu sorriso, hoje prefiro o meu...(8

Um dia alguém disse a ela que qualquer dia ela iria acordar e não mais sentiria tudo aquilo que sentia naquele momento. Ela não acreditou. Até hoje!
Hoje ela acordou e uma amiga tinha lhe mandado uma música, ela colocou pra tocar e percebeu que era a música que lembrava ela... E Nada!
Viu uma foto dela, até sorriu... Afinal de contas, ela é linda... Mas... Nada!
Alguém falou daquela viagem que ela tanto falava, que lembrava ela... Nada!
Ela ouviu uma frase que a garota costumava dizer pra ela... Dessa vez, Nada!
Leu algo sobre a universidade que ela cursa, lembrou dela, mas... Nada!
Foram tantos nada's ao longo do dia que ela se surpreendeu. Nada de lamentação, de sentimento de pesar, daquela saudade com vontade de repetir... Dessa vez, nada! O sentimento está ali, ele habita nela, mas dormiu um sono tão profundo, que toda vez que ela bate na porta tudo que ela escuta é o nada. Esse sentimento está dormindo e se modificando como uma carta escrita a mão que quando entra em contato com as lágrimas da saudade fica manchada. O sentimento agora é de carinho, respeito, cuidado e amizade. Do outro sentimento, esse que ela não ousa falar, restou lembranças, lembranças de dias doces, de troca de olhares, de toques tidos e até dos não tidos, mas desejados... Lembrança que não dói mais, que não machuca mais, é apenas lembrança que quando vem, um riso leve se instala, ela puxa a respiração, solta e diz: "É. Foi bom, mas passou". E continua caminhando feliz. Dessa vez, sem choro.




“Talvez a gente se esbarre 
e se conheça de novo 
com o olhar mais maduro 
e o coração mais decidido". 


domingo, 5 de fevereiro de 2017

CRISE

Ando tão à flor da pele que qualquer beijo de novela me faz chorar...(8

                É, Zeca Baleiro entende das coisas, de algumas das minhas coisas. Eu ando tão à flor da pele que cansei até de mim. Cansei desse corpo, dessa mente, desse ser. Tem horas que sinto vontade de sair, penso que louco seria eu não conseguir mais me ver no espelho da alma que sou. Ando tão à flor da pele que gostaria de sair do corpo em que habito e ser espectro ao vento. O cansaço já não é mais de um dia, dois ou três, é da vida. Não só da minha, mas dessa vida toda que carrego em mim, que me rodeia e afins. Como as pessoas conseguem lidar comigo e com minhas confusões? Nem eu me aguento mais, até eu quero fugir do que sou.
                Recentemente estava em uma reunião e em determinado momento eu parei e me questionei: "o que é que eu estou fazendo aqui?". A vontade que tive foi de levantar, pegar minha bolsa, dar as costas, abrir a porta e sair. Eu juro que me vi dentro dessa cena, mas quando dei por mim ainda estava sentada ali, naquela mesma cadeira... E a pessoa a minha frente só falava, falava e falava. Eu ouvia, mas não escutava nada. Parecia um zumbido ao longe. Demorou dias para eu perceber que a vontade de sair dali não era bem de sair do lugar físico em que eu estava, mas de sair de mim, desse recipiente no qual habito.
Eu nunca me vi tão fraca, tão confusa, desacreditada, sensível e desolada.
                Parece que quanto mais o tempo passa, quanto mais eu estudo, leio, as coisas só pioram, eu fico mais crítica e ao mesmo tempo hipócrita. E sinto tudo tão à flor da pele, parece que meu sangue ferve, que de sangue virou larva fervente e meu corpo a qualquer momento vai entrar em erupção, e partes da alma que sou vão escorrer por entre esse sangue fervente que corre dentro de mim.
Toda vez que olho o siga eu me pergunto... Quanto eu estou valendo hoje? Aquele 10 em fundamentos do ensino de ciências, aquele 8 na disciplina do semestre passado ou aquele 9 da eletiva? Eu diria que estou igual aquela musica: "Eu não estou valendo nada". É como um 0... Um 0 que multiplicado por qualquer número dá 0. Então não importa quanto números o siga ou qualquer outra pessoa me dê, eu sou todos esses números multiplicados por 0... Que vai sempre dar 0.
Quanto estou valendo para as pessoas ao meu redor? Os abraços e conselhos que dei? As mágoas e estresses que causei? Ou os risos que arranquei? Quanto?
E aí alguém pode dizer: "ah... mas você não  pode se quantificar.... não se quantifica pessoas".
Será? Será mesmo que não quantificamos?
                As pessoas estão sempre sendo quantificadas, elas são o quanto dão, têm, são, oferecem, aparecem. Sempre é "O quanto" porque isso sim importa. O quanto fulano me fez sentir bem hoje... O quanto ciclano me faz rir... É o quanto e sempre o quanto esse "quanto" é voltado pra você, pra te fazer bem, que faz com que você fique perto da pessoa. Isso pode ser visto como algo natural do ser humano, o fato é que o quanto sempre estará lá...  É sempre o quanto alguém pode proporcionar.   Esse "quanto" importa, e por enquanto eu não tenho tanto "quanto" assim. Eu só tenho um quanto de dor, de desamor com um quanto de turbulência prestes a sair de mim.

Zero mesmo é a imensidão
 desse vazio dentro de mim... 
É tanto nada no fundo desse abismo
que não dá pra quantificar. 

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Stay!



Eu quero que você fique, eu realmente quero. Mas não vou pedir. Orgulho? Talvez. Cansaço? Com certeza. Saudades? Muitas. É que a vida parece tao dura sem você, tão sem brilho. Sabe quando você acorda pela manhã e o sol está morninho, aquele morno gostoso, que dá vontade de você levantar o rosto para o sol, dar bom dia, fechar os olhos e só sentir ele retribuindo ao te iluminar de leve? Você é esse sol morninho. E quando eu acordo e percebo que você está indo embora, que estamos indo embora uma da outra... Penso: Fique, fique, garota. Apenas fique! Sol.  


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Hoje não posso!


Em outro momento eu namoraria você, em outro momento eu poderia te trazer as maiores felicidades do mundo. Poderíamos ver seu filme preferido abraçadas, eu te mostraria um pouco mais do meu mundo de inseguranças e certezas, não abriria apenas a janela da minha vida, mas escancararia as portas da alma que sou para você entrar e fazer morada em mim. Mas hoje, hoje não posso! Hoje meu coração está lotado, lotado de sentimentos incertos, bagunçado pelo tempo e por pessoas que tinham a chave, fizeram dele circo e ao sair não limparam o que deixaram por lá. Agora eu tenho tomado conta de toda sujeira, e vou te confessar, não está sendo nada fácil. Está bagunçado demais pra você dormir aqui hoje, imagina pra fazer morada?! Meu coração não tem mais lugar, é pousada fechada, pousada essa que vai ser demolida e em seu lugar será construído um cemitério de memórias, das vividas até as que sonhei um dia viver, mas que morreram no percurso dos sonhos. Desculpe... Mas me tornei apenas coveira dessa terra, vivos aqui não podem ficar. Então, moça bonita... Procure um lugar com vida, porque aqui Jaz um coração que do pouco que bateu, muito apanhou. Ele cansou! 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Fica!

Bonito mesmo é quando alguém te conhece no pior momento da sua vida e mesmo assim... Fica. E embora queira seu carinho, seu abraço, sua atenção e só tenha o seu lado mais grosso, estúpido e imbecil, fica. Fica e diz que quer ficar, fica e é abrigo... Fica e se faz presente, e acalenta, distribui sorrisos, te chama de grossa, te chama de chata, briga com você, mas fica. 
A maioria das pessoas só sabem lidar com o lado bom que o outro possui, na hora em que os monstros aparecem elas correm, mas tem aquelas que conseguem ver graciosidade até no mais terrível maremoto, que conseguem driblar espinho por espinho e te fazer se deixar cheirar. É aquela pessoa que não quer o seu lado mais lindo ou mais sombrio, ela só quer você, só quer estar com você. E se tiver que engolir um palhaço para te fazer rir... Ela vai fazer. E se o palhaço não resolver, ela vai chorar com você, vai te ligar de madrugada pra quebrar o seu coração de gelo, vai mandar mensagens carinhosas no whatsapp, só pra te lembrar que você permeia os pensamentos dela, e que tudo vai passar. Vai cuidar de você mesmo estando longe, é aquela que vai dizer "estou indo aí" e vai chegar com aquele abraço gostoso e um sorriso no rosto formado especialmente pra você. 
Ficar! É tudo o que algumas pessoas querem... E é com elas que a gente sente que pode ser quem realmente somos, sem máscaras, sem aquele "estou bem" tão mentiroso. É alguém que realmente se importa em saber como foi seu dia, que se interessa por suas dores, por suas alegrias. Só fica mesmo quem quer, quem enxerga através do espelho de pedra que construímos para ficarmos seguros. 
Ficar não é pra todo mundo, e ainda bem... Espaço de amar não é pra todo mundo, todo mundo é muita gente, então que fiquem poucos e que esses poucos queiram realmente FICAR! 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Qual o problema?


O problema de você estar tentando esquecer alguém é justamente o fato de que tudo se intensifica... Tudo passa a lembrar esse alguém. É o corte de cabelo daquela garota na parada de ônibus, é o olhar de alguém parado em você, um olhar tão parecido com o dela quando te olhava. É uma frase de um amigo, uma frase que ela diria ou até mesmo já disse a você. É aquela música tocar justamente na hora que você está passando, aquela música que você sabe... É de vocês. É você pedir entre um beijo "Não fala isso não" porque esse 'isso' lembra ela, justamente ela. É vez ou outra alguém perguntar por ela e você respirar fundo pra responder. 
O problema de você tentar esquecer... É  sentir aquele cheiro... Aquele cheiro de paçoca que ela gosta, aquele cheiro do pescoço dela, do corpo dela, que muitas vezes ficou grudado no seu. É você ver alguém usando uma simples blusa básica, mas só por causa da cor, lembrar que é daquela cor que ela gosta.
 O Problema é você não rir com aquela foto no seu celular, aquela que ela te mandou e você tentou apagar várias vezes, ate que conseguiu. Conseguiu, mas no fim acabou resgatando por que você tinha enviado para o seu e-mail.
O Problema é esse... É você ficar arrumando estratégias para falar com ela, para vê-la, para tê-la por perto por mais tempo. É você querer tanto protege-la que as vezes se esquece de se proteger dela. O problema é você carregar o mundo nas costas e ainda ter inspiração e tempo para falar/escrever sobre ela. 
O problema é você perceber que pensar nela não é problema, é solução. É aliviar o estresse, sentir o sorriso nos cantos da boca, olhos brilhando e um pouquinho de emoção. 
O problema de você tentar esquecer alguém é justamente que, tentar esquecer é o mesmo que fazer lembrar... E nesse lembrar você percebe todos os motivos pelo qual você simplesmente não a esquece. Esse é o problema. 

domingo, 22 de janeiro de 2017

Em caso de saudade...


Hoje eu vi uma postagem que dizia: "Em caso de saudade, não quebre o vidro". Fiquei pensando que deve ser por isso que muitas vezes a gente morre por dentro, perde oportunidades, deixa de viver algo especial, até mesmo de levar um fora e ter uma aprendizagem significativa com ele. Vivemos com medo de quebrar a porra do vidro (e não peço desculpas pelo palavrão). É fato que algumas saudades devem ser deixadas pra lá, que algumas saudades são frutos de relacionamentos abusivos, de gente que nos faz mais mal do que bem. Porém, não estou aqui falando disso. Estou falando daquela saudade de alguém que faz bem, de alguém que até queríamos que fizesse bem, mas a pessoa não pode nem fazer porque ela sequer sabe que a gente sente saudade. E aí ficamos naquela de engolir a saudade, de protegê-la com o vidro chamado silêncio para não parecermos fracos, vulneráveis, dados (como dizem por aí). Uma vez eu estava com uma amiga na biblioteca e ela me contou sobre uma garota que quando tinha vontade de ficar com alguém chegava e perguntava: "Quer ficar comigo?" Se sim, okay. Ela ficava e tudo certo. Caso fosse não, tudo bem, vida que seguia. Eu olhei pra ela e disse: "Nossa, queria ter essa coragem". Mas que porra de coragem? Que medo é esse que a gente tem de explanar nossas vontades e sentimentos. De dizer: "Olha, senti sua falta hoje". É sempre tão mais fácil distribuir palavras amargas, na hora das doces é como a música do Iorc: "O coração dispara, tropeça quase para". Quantas vidas precisaremos viver ou deixar de viver para aprendermos que saudade a gente mata, a gente quebra a droga do vidro e diz: "Olha só, pensei em você". E se não for correspondido, tudo bem, vida que segue. Pois também precisamos aprender a lidar com o não, com a rejeição, com a frustração, com o fato de não ser recíproco e assim seguirmos livres o nosso caminho... Conhecer outras pessoas, viver outros momentos. Enquanto você está aí alimentando essa saudade calada, você nunca vai saber se é correspondida, se o outro também está ali sentindo saudades, tão calado quanto você. E é aí que você fica presa a uma saudade... Deixa de viver outras coisas por ela... Parada no tempo, sentindo algo que poderia se tornar reciproco ou até mesmo poeira no vento, dando lugar a outras coisas... PARE! Em caso de saudade...  SIM! Quebre o vidro... Arrebente-o... E se for preciso, grite... "Tô com sintomas de saudade, tô pensando em você".

E eu sei muito bem que Freud pode explicar isso, mas não quero falar dele. 

domingo, 15 de janeiro de 2017

Florpedrará






Talvez essa gente diga que não, mas é realmente incrível como podemos mudar por calos, dores, decepções e danos causados a nós pelos outros. Talvez não seja a vida que nos endureça, mas as pessoas que estão nela que possuem o poder de transformar em pedra tudo o que tocam. A gente endurece a alma e o coração. A mente pensa mais, os olhos ficam semicerrados e mais desconfiados, a voz... Que voz? A gente fica é mudo. E ainda diz: "Só observo". Quando é que nos tornamos assim? É perigoso demais esse poder que os outros possuem sobre nós, é perigoso demais se deixar mudar em cada queda, em cada buraco que tropeçamos. Óbvio que devemos aprender com os erros, que devemos ficar em alerta, mas deixar de ser flor para ser pedra? Por quê? Coloca espinhos, constrói uma cerca... Elétrica? Talvez! Mas a gente não deve se mudar tanto por cada pisão que recebe... Tem tanta gente boa querendo cuidar, regar, cheirar, alimentar essa flor... Eles não merecem isso... E o principal... A gente não merece deixar de ser flor, deixar de confiar na brisa, de fechar os olhos e senti-la brincando com nossas pétalas. Nem mole nem dura, nem flor nem pedra, talvez florpedrará... É ser flor com quem for flor e florpedrará com quem pedra dar. É por vezes saber ser flor até onde pedra dá.



sábado, 14 de janeiro de 2017

Desassossego




 Raramente eu fico com raiva de alguém, na verdade, até quando eu digo que estou com raiva de outrem eu estou mesmo é com raiva de mim. Esse desassossego no peito é grande, até quando o sossego se instala ele teima em se fazer presente. É um como uma única espinha dentro de uma panela cheia de bacalhau desfiado, eu sempre tenho a sorte de dar de cara com ela. E aí eu não fico com raiva de quem deixou a espinha passar, fico mesmo é com raiva de mim que comi o bacalhau embora tivesse ciência do tamanho do meu azar. Fico irritada é comigo que fui adiante, fico (como dizem) "puta" porque me doo demais, porque penso demais, porque me importo, porque sinto, porque faço o que não devia fazer, porque a razão diz não, o coração diz sim e eu digo talvez. E é esse desassossego que costuma fazer parte de mim, e ele já está tão enraizado na alma que sou, tão profundo em mim, que por vezes sinto sossego no desassossego, e quando ele deixa de existir pra ser apenas sossego eu já não me reconheço mais. 


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Deixe ir o que tiver de ir e ficar o que merecer ficar. Moradia no peito não é pra todo mundo, não. Custa caro... E não estou falando de dinheiro. 

Talvez amar seja isso...

        Talvez amar também seja isso. Se aos 20 anos ela tem medo do escuro, tudo bem... Você dorme com ela com a luz acessa. Se aos 21 ela não consegue matar uma barata, tudo bem, você coloca ela pra fora de casa. Se aos 22 ela consegue ver todos os filmes de terror, menos a casa de cera, tá okay. Você ate ri, mas não de deboche, você ri com ela, não dela... E tudo bem com isso, vocês assistem comédia. 
        Se aos 23 ela acorda durante a noite chorando porque teve um sonho ruim, tudo bem... Você não se importa em perder uma noite de sono para abraca-la e conforta-la. E quem disse que você perdeu? A gente não perde quando é abrigo de alguém, nesse caso a gente só tem a ganhar. E quem disse que perder também é ganhar, realmente sabia do que estava falando. 
        Se aos 24 ela teima em olhar embaixo da cama, justamente as 3 horas da madrugada, só para provar uma teoria sobre monstros, tudo bem. Vocês até acampam ali. Porque amar talvez também seja isso... Ser mais do que estar ao lado, ser estar com você. Ser presente, companheira, abraçar, procurar compreender, usar da empatia, não tripudiar sobre o medo do outro, ser mais do que o outro, ser nós. Talvez amar seja isso... Nós!

1 cigarro e uma taça de vinho 🍷

          Seus corpos roçavam levemente em uma sincronia quase perfeita, não mais perfeita porque Amélia resolveu aumentar o ritmo enquanto Ingrid enlouquecia tentando acompanhar o movimento do corpo dela sem desfalecer em seus braços com o prazer que sentia. A garota gemia enquanto os dedos de Amélia a penetravam e faziam um vai e vem lento, mas intenso. Seus dedos alternavam e cada vez que isso acontecia Ingrid arfava e se contorcia mais. Amélia parecia sorrir de canto com a cena, se deliciando com ela. 
          Não demorou muito para que ambas chegassem ao êxtase completo e seus corpos cedessem ao prazer. Ingrid deixou a sua cabeça pender sobre o corpo de Amélia e ela, por sua vez, envolveu a garota com os seus braços e a contraiu contra o seu corpo. Enquanto as duas se tocavam, acariciando uma a outra de forma singela, a cabeça de Amélia parecia estar longe, seus olhos estavam fixados na parede ao seu lado e vez ou outra sua expressão facial se modificava como se ali estivesse um telão onde alguma cena estava em ação e ela tentava compreendê-la. Respirou fundo e sussurrou: "Ai, queria uma taça de vinho agora". Sem olhar para ela, Ingrid completou: "E um cigarro". "Espera um pouco" Ingrid falou levantando-se da cama, sem dar chance de Amélia perguntar o que era. Não demorou muito para ela se questionar se Ingrid teria ido buscar os desejos de ambas.
          Amélia estava certa, Ingrid voltara com uma taça com vinho e um cigarro aceso entre os lábios. Entregou a taça nas mãos de Amélia, que logo deu um gole. "Fuma comigo?" Ingrid pediu. Fazia tempo que a jovem não fumava, mas não quis fazer desfeita, levantou pegando o cigarro entre os dedos e se dirigiu até a janela ainda nua, sentou sobre o batente, um pé balançando no ar e outro apoiado no mesmo obrigando o seu joelho a ficar dobrado, deu o primeiro trago. Fechou os olhos e respirou fundo, aquele trago trouxe as mesmas lembranças da parede em que ela olhava. Amélia não conseguia esconder, não conseguia não pensar. Lembrou daquela garota, da garota dizendo o quanto um cigarro fazia mal e que o seu pai havia sofrido muito com ele. Sorriu um sorriso amarelo e triste, deu outra tragada, engoliu, e quando a fumaça tomou conta de parte da sua visão ela mais uma vez deu de cara com o nada, o nada que era tudo.
          A garota não saia da sua mente, aquela situação era terrível, como alguém podia ter tido uma noite maravilhosa de sexo e ao invés de pensar na mulher ao seu lado pensava na mulher ao longe? "O que foi?" Ingrid questionou se aproximando enquanto seu corpo se encaixava entre as pernas de Amélia. Ela saiu do transe em que estava, olhou a mulher a sua frente, acariciou o seu rosto e mais uma vez sorriu um riso triste... "Nada, Ingrid. Nada". Aquele 'nada' de Amélia sempre era algo, era tudo, mas Ingrid ainda não sabia disso e por isso deixou pra lá, apenas saboreou o momento. Infelizmente Amélia não conseguia fazer o mesmo, ela não queria aquele cigarro ruim, ela queria apenas o sexo bom e a taça de vinho, talvez até o cigarro, se 'ela' quisesse, mas 'ela' não era a Ingrid, 'ela' não estava ali. 


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017